Denuncia

Venezuela diz que denunciará presidente da Colômbia em Haia por 'extermínio' de migrantes

A Venezuela informou que denunciará o presidente colombiano Iván Duque, elo "crime de extermínio e perseguição" de migrantes venezuelanos em seu território

A Venezuela informou nesta quarta-feira (13) que denunciará o presidente colombiano Iván Duque, seu maior inimigo político, perante o Tribunal Penal Internacional (TPI) pelo "crime de extermínio e perseguição" de migrantes venezuelanos em seu território.


O anúncio foi feito pela vice-presidente Delcy Rodríguez após o assassinato de dois adolescentes venezuelanos em uma região de fronteira, crime sobre o qual autoridades da Colômbia e das Nações Unidas abriram uma investigação.


"Desejo oficialmente anunciar, informar ao país e à comunidade internacional, que a Venezuela levará Iván Duque ao Tribunal Penal Internacional pelo crime de extermínio e perseguição (...) contra nossos migrantes ”, disse Rodríguez em discurso transmitido pelo canal de TV do governo. "Tornou-se uma política sistemática e massiva."


Os dois jovens, de 12 e 18 anos, foram baleados depois de serem acusados de roubar um armazém no violento município de Tibú, no nordeste da Colômbia.


Em vídeos e fotos publicados nas redes sociais, os adolescentes são vistos de cabeça baixa e mãos amarradas com fita adesiva enquanto uma pessoa fora da imagem os chama de "ladrõezinhos". Seus corpos foram encontrados mais tarde com as mãos ainda amarradas e um papelão com a palavra "ladrões" escrita à mão repousava sobre o corpo do mais jovem.


“Espero que este crime não fique impune”, insistiu a vice-presidente, que condenou a morte de mais de 2 mil migrantes venezuelanos na Colômbia entre 2017 e 2021, citando dados oficiais do Instituto de Medicina Legal colombiano.


Em nota, a chancelaria colombiana condenou o "crime hediondo" contra os menores e garantiu que as declarações de Rodríguez são "infundadas".


A polícia colombiana responsabiliza pela execução dos adolescentes dissidentes da ex-guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), que se afastaram do acordo de paz assinado em 2016.


Quase 2 milhões de venezuelanos migraram para a Colômbia, fugindo da crise econômica. Rodríguez recomendou que eles retornassem.


“O presidente Nicolás Maduro estendeu a mão a vocês, voltem ao seu país (...). Não queremos ver nossos migrantes sendo humilhados, vexados, perseguidos, assassinados”, argumentou.


Enquanto Rodríguez denuncia uma campanha de xenofobia e ódio no país vizinho, o governo de Duque tem sido aplaudido internacionalmente por sua decisão de regularizar venezuelanos indocumentados.


Venezuela e Colômbia, que compartilham uma porosa fronteira de mais de 2 mil quilômetros, não mantêm relações diplomáticas desde 2019, quando Duque reconheceu o líder da oposição Juan Guaidó como presidente responsável pela Venezuela.


Maduro acusa Duque de conspirar e planejar atentados contra ele junto com os Estados Unidos, seu outro grande inimigo político.

 

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