A Pfizer anunciou nesta quinta-feira (7) que solicitou autorização de emergência nos Estados Unidos para administrar sua vacina contra a covid-19 em crianças de 5 a 11 anos, um novo passo na campanha de imunização contra o coronavírus aguardado ansiosamente por muitos pais.
As primeiras aplicações podem começar dentro de algumas semanas, após um estudo dos dados pelas autoridades de saúde dos EUA.
"Visto que os novos casos em crianças nos Estados Unidos continuam em um nível alto, este pedido é um passo importante em nossos esforços contínuos contra a covid-19", tuitou a empresa farmacêutica americana Pfizer, que desenvolveu sua vacina em parceria com o laboratório alemão BioNTech.
A agência reguladora de medicamentos dos EUA, o FDA, observou que, após a apresentação formal do pedido, pode levar "algumas semanas" antes que as crianças pequenas possam realmente receber as doses.
O FDA já tem uma reunião agendada para 26 de outubro com seu comitê consultivo, que precisa fornecer sua opinião antes que a permissão seja oficialmente concedida.
Os Centros de Prevenção e Controle de Doenças (CDC), a principal agência federal de saúde pública do país, devem publicar em breve as recomendações precisas de uso para os profissionais de saúde que administram as doses.
"Estamos prontos, temos os suprimentos", afirmou Jeff Zients, coordenador de resposta à pandemia da Casa Branca, à rede CNN na manhã desta quinta-feira.
Estima-se que haja 28 milhões de crianças entre 5 e 11 anos de idade nos Estados Unidos, de acordo com dados oficiais de 2019.
Ajuste da dose
A aliança Pfizer/BioNTech já havia submetido os resultados de seus testes de vacinas para essa faixa etária ao FDA no final de setembro.
A Pfizer/BioNTech conduziu esses ensaios com mais de 2 mil crianças de 5 a 11 anos. As empresas informaram que a vacina foi bem tolerada e provocou uma resposta imunológica "robusta", "comparável" àquela observada em jovens entre 16 e 25 anos.
A dose foi ajustada para 10 microgramas por injeção, em comparação com 30 microgramas para os grupos mais velhos.
Muitos pais aguardam ansiosamente a aprovação das vacinas para seus filhos pequenos, principalmente desde o início do ano letivo e a volta das aulas presenciais.
De acordo com uma pesquisa da Kaiser Family Foundation no final de setembro, entre os pais com filhos entre 5 e 11 anos, cerca de um terço diz que os vacinará o mais rápido possível. Outro terço diz que irá esperar antes de tomar uma decisão e um quarto diz que não irá vacinar.
Pessoas mais jovens têm menos probabilidade de desenvolver casos graves, mas ainda podem ficar doentes e transmitir o vírus dentro da população.
As autoridades sanitárias se concentrarão em particular, durante o estudo dos dados, nos riscos de miocardite, uma inflamação do músculo cardíaco que foi observada com mais frequência em jovens adultos e adolescentes após a vacinação anticovid com imunizantes da Pfizer e da Modern, que usam tecnologia de RNA mensageiro.
O número de crianças nesses ensaios clínicos foi, portanto, ampliado, a pedido das autoridades de saúde, para permitir uma melhor detecção desses possíveis efeitos colaterais raros. A questão será determinar os benefícios e riscos da aplicação da vacina nessas crianças.
E menores de 5 anos?
Segundo uma contagem da Academia Americana de Pediatria, em 30 de setembro, cerca de 5,9 milhões de crianças haviam sido infectadas pela covid-19 desde o início da pandemia, no começo do ano passado. E algumas centenas morreram, de acordo com dados dos CDC.
No momento, nos Estados Unidos, a vacina da Pfizer tem autorização total do FDA para pessoas acima dos 16 anos, e permissão de uso emergencial para adolescentes entre 12 e 15 anos de idade.
A parceria Pfizer/BioNTech disse que espera poder publicar "a partir do quarto trimestre" resultados dos testes para duas outras faixas etárias: 2 a 5 anos e 6 meses a 2 anos.
A Moderna também está realizando ensaios clínicos de sua vacina contra o coronavírus com milhares de crianças, cujos resultados ainda não foram publicados.
Em Israel, crianças de 5 a 11 anos com risco de complicações graves por covid-19 já podem ser vacinadas desde 1º de agosto com o imunizante da Pfizer, sob uma "autorização especial".
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