Os romanos começaram a votar neste domingo (3/10) para eleger seu novo prefeito, que terá que enfrentar os eternos problemas da capital italiana, que sofre com o transporte público ineficaz e uma gestão desastrosa da coleta de lixo.
A votação, que decorre ao longo de dois dias, termina na segunda-feira à noite.
A situação na capital de 2,8 milhões de habitantes, uma das maiores da Europa, piorou ao ponto que javalis, atraídos pelo lixo que se amontoa no meio da rua, circulam livremente em algumas áreas residenciais.
Em todos os cantos da cidade, mesmo na cidade velha, latas e cestas de lixo fedorentas estão transbordando, alimentando o desespero dos romanos.
Em Trastevere, bairro turístico do centro, repleto de bares e restaurantes, Tiziana De Silvestro, na casa dos 60 anos, não esconde a raiva enquanto leva seu cachorro para passear.
“Antes, o lixo também era recolhido em restaurantes e bares à noite [...], o lixo não ficava na calçada, como agora. Agora, a cidade está cheia de animais, corvos e gaivotas, para não falar dos ratos e baratas."
Em campanha, os quatro candidatos concorrentes prometeram uma limpeza extraordinária da cidade imediatamente após as eleições.
Exposição Universal
A atual prefeita, Virgina Raggi, que em 2016 se tornou a primeira mulher a ocupar o cargo máximo da capital italiana, está em busca de um segundo mandato. Mas a política de 56 anos, integrante do Movimento 5 Estrelas (antiestablishment), não conseguiu criar uma dinâmica de reformas, embora tenha combatido com bravura a presença das máfias.
Nesse primeiro turno, ela enfrenta Roberto Gualtieri, ex-ministro da Economia (2019-2021), candidato do Partido Democrata (PD, esquerda); Nicola Michetti, um advogado de 55 anos conservador e simpatizante da extrema-direita, que comparou a covid-19 a uma simples gripe; e Carlo Calenda, um candidato independente, que foi ministro do Desenvolvimento Econômico do governo Matteo Renzi em 2016.
O segundo turno acontecerá nos dias 17 e 18 de outubro.
Também preocupado em melhorar a imagem da histórica capital italiana, que reflete a de todo o país, o primeiro-ministro Mario Draghi anunciou na terça-feira que a Itália apresentaria a candidatura de Roma para a Exposição Universal de 2030, que descreveu como uma "grande oportunidade para o desenvolvimento da cidade".
Além de Roma, outros mil municípios renovarão suas prefeituras, como Turim, Bolonha e Milão, ao norte, e Nápoles, ao sul. No total, 12 milhões de eleitores (dos quase 50 milhões que o país possui) foram convocados às urnas.