O Conselho de Segurança da ONU aprovou nesta sexta-feira (29), por unanimidade, uma resolução para ampliar por um ano o mandato de sua missão de verificação dos Acordos de Paz na Colômbia, com ênfase especial na questão étnica.
Elaborada por Reino Unido e México, a resolução deu foco especial à preocupação manifestada pelo chefe da Missão de Verificação, Carlos Ruiz Massieu, em seu último relatório sobre a deterioração da segurança, que afeta de maneira "desproporcional" os indígenas e afro-colombianos em algumas regiões do país sul-americano.
Quênia, Tunísia, Níger e São Vicente e Granadinas atuaram para que a missão incluísse "o capítulo étnico".
"Queremos um capítulo étnico. Queremos que se implemente de forma mais ambiciosa, já que as populações indígenas e afro-colombianas necessitam ser incluídas no processo", disse na quarta-feira (27) o embaixador do Quênia, Martin Kimani, atual presidente em exercício do Conselho de Segurança.
O último relatório trimestral elaborado pela Missão de Verificação na Colômbia, que foi analisado pelo Conselho de Segurança no dia 14 de outubro, alertava para o "desafio considerável" causado pela deterioração da situação de segurança no país.
Em plena reta final do governo do presidente Iván Duque, a ONU instou o Executivo e as instituições estatais a fazerem "melhor uso dos mecanismos" presentes no acordo para frear a violência que afeta essas etnias e os ex-combatentes que depuseram as armas.
Cerca de 300 ex-guerrilheiros foram assassinados por grupos ilegais e organizações criminosas, lembrou Massieu durante a análise do relatório.
Este é segundo prolongamento da missão neste ano. Em maio, o Conselho a havia ampliado por apenas seis meses, que expiram no próximo domingo (31), para evitar que o fim da missão coincidisse com as eleições presidenciais, que acontecem em maio de 2022.
Na época, o Conselho de Segurança tinha incluído o monitoramento do cumprimento das sentenças da Jurisdição Especial para a Paz (JEP), que começarão a ser emitidas no início do ano que vem.
A ONU manifestou em fevereiro sua preocupação com os ataques das forças governistas contra o tribunal especial, criado no acordo de 2016 para julgar os piores crimes cometidos em mais de seis décadas de conflito armado na Colômbia.
O trabalho da Missão da ONU na Colômbia é, em particular, verificar os aspectos do acordo relacionados com a incorporação dos guerrilheiros das Farc e do Exército do Povo, que depuseram as armas, na vida política, econômica e social, assim como garantias de segurança coletivas.
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