O governo do Chile adiantou nesta terça-feira (26) a estratégia de longo prazo (ECLP) para alcançar a neutralidade de carbono até 2050 que apresentará na cúpula do clima COP26, que terá início no domingo em Glasgow.
A mudança climática “é a maior crise global que enfrentamos hoje como geração e combatê-la é uma urgência à qual todos somos chamados”, disse a ministra do Meio Ambiente, Carolina Schmidt, ao anunciar as diretrizes que o Chile seguirá para alcançar o compromisso de carbono zero que assinou no Acordo de Paris em 2015.
O país se comprometeu a reduzir suas emissões a nível estatal com um máximo de 1,1 bilhão de toneladas de carbono entre 2020 e 2030 e estabeleceu cotas de responsabilidade para cada área. O Transporte ficará com a maior cota (29%), seguido por Energia (26%) e Mineração (16%), principal atividade industrial do Chile, que é o maior produtor de cobre do mundo.
“Para enfrentá-la (a mudança climática), precisamos de uma transformação multissetorial que implique um caminho de mudança em direção a um desenvolvimento sob baixa emissão e resiliente ao clima”, acrescentou Schmidt.
Para garantir o cumprimento dos acordos, o governo enviou ao Congresso, em janeiro de 2020, um projeto de Lei das Mudanças Climáticas, mas a proposta ainda não foi votada em nenhuma câmara.
A ECLP consiste em 407 metas concretas para reduzir as emissões em todos os aspectos da sociedade, entre elas concluir 100% de proteção das áreas marinhas até 2025, alterar a matriz energética que é baseada principalmente de fontes térmicas (51,7%) para energias renováveis até 2040, e ter um mercado automotivo 100% de veículos com emissão zero em 20 anos.
Espera-se que em 2025 apenas 10 das atuais 28 usinas a carvão ainda estejam em operação no Chile.
Na COP26, o país sul-americano entregará a presidência da cúpula do clima, já que era o organizador da COP25, mas não pôde realizá-la devido à eclosão das revoltas sociais de outubro de 2019. O evento acabou acontecendo em Madri entre 2 e 15 de dezembro de 2019.
A poucos dias da COP26, a ONU alertou sobre a baixa ambição nas promessas dos Estados de reduzir as emissões de gases de efeito estufa, que deveriam ser sete vezes maiores para limitar o aquecimento global a +1,5 ºC.
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