O laboratório farmacêutico americano Moderna anunciou nesta segunda-feira (25) resultados positivos de sua vacina contra a covid-19 em crianças com idade de 6 a 11 anos, e pretende apresentar "em curto prazo" os dados às agências reguladoras de todo o mundo para sua aprovação.
A notícia chega enquanto um grupo de conselheiros do governo se prepara para discutir, na terça-feira, se vai autorizar a vacina da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos, que o principal especialista em doenças infecciosas, Anthony Fauci, estima que estará disponível em meados de novembro.
Os dados dos testes clínicos da Moderna com mais de 4.700 crianças desta faixa etária "demonstram uma forte resposta imunológica (...) um mês depois da segunda dose e um perfil de segurança favorável", afirmou o laboratório em um comunicado.
Nos testes, as duas doses da vacina produziram um alto nível de anticorpos neutralizantes, ou seja, proteínas em forma de Y que se ligam ao coronavírus e o impedem de entrar nas células humanas.
A dose da vacina foi de 50 microgramas, metade da usada em adultos, mas ainda produziu em média 1,5 vezes mais anticorpos em crianças do que em jovens adultos que receberam a dose mais alta.
A maioria dos efeitos colaterais foram leves ou moderados, como fadiga, dor de cabeça, febre e dor no local da injeção.
Esses primeiros resultados, divulgados por meio de um comunicado à imprensa, ainda não incluem uma estimativa da eficácia da vacina, o que poderia ser esperado posteriormente, quando os casos se acumularem.
- Reunião da FDA sobre Pfizer -
Os resultados foram divulgados depois que a Pfizer afirmou na semana passada que sua vacina anticovid tem eficácia de 90% na prevenção da doença sintomática em crianças de 5 a 11 anos.
A Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA) dos Estados Unidos convocou um painel de especialistas independentes para uma reunião na terça-feira, na qual devem votar sobre a aprovação ou não da vacina da Pfizer para esta faixa etária.
A aprovação abriria caminho para que mais 28 milhões de pessoas fossem vacinadas nos Estados Unidos.
Um documento informativo publicado no site da FDA indica que a agência acredita que os benefícios superam os riscos do efeito colateral mais preocupante para essa faixa etária: miocardite ou inflamação do coração.
"A análise geral previu que o número de resultados clinicamente significativos relacionados à covid-19 excederia claramente o número de casos de miocardite excessiva associada à vacina", disse o documento.
A FDA também divulgou a análise de eficácia da Pfizer. Nela, a empresa estima que um tratamento com duas doses de 10 microgramas de sua vacina seja mais de 90% eficaz na prevenção da doença sintomática.
Mais de 150 crianças com idades entre 5 e 11 anos morreram de covid-19 nos Estados Unidos desde o início da pandemia, de acordo com dados oficiais.
"Se tudo correr bem, e conseguirmos aprovação regulatória e recomendação do CDC, é inteiramente possível, senão altamente provável, que as vacinas estejam disponíveis para crianças de 5 a 11 anos na primeira ou segunda semana de novembro", disse Fauci à ABC News no domingo.
O governo do presidente Joe Biden anunciou que está preparado para iniciar uma campanha de vacinação para as 28 milhões de crianças de 5 a 11 anos do país assim que uma vacina receber a autorização das agências científicas.
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