O primeiro-ministro polonês, Mateusz Morawiecki, acusou a União Europeia (UE) de apontar uma "arma para nossa cabeça", ao exigir que o governo recue em suas reformas judiciais e ao ameaçar o país com sanções - conforme declarações em entrevista publicada nesta segunda-feira (25) pelo Financial Times.
Polônia e UE atravessam um mau momento, provocado por divergências sobre uma série de polêmicas reformas judiciais em curso na Varsóvia.
Para Bruxelas, estas medidas se chocam com as liberdades democráticas. O governo nacionalista populista polonês rebate, afirmando que são necessárias para acabar com a corrupção dos juízes.
Na entrevista ao Financial Times, o premiê Morawiecki pede à União Europeia que abandone seu pedido ao Tribunal de Justiça do bloco para que se imponha uma multa ao país, em função de suas reformas.
"Seria a coisa mais inteligente que poderiam fazer. Porque aí não estaríamos negociando com uma arma na cabeça", afirmou.
Ao ser questionado sobre se, em retaliação, a Polônia poderia apresentar seu veto a projetos importantes do bloco, o primeiro-ministro respondeu: "O que vai acontecer se a Comissão Europeia desencadear a Terceira Guerra Mundial? Se fizer isso, defenderemos nossos direitos com todas as armas de que dispomos".
No início do mês, o Tribunal Constitucional polonês considerou que certas partes do Direito europeu são incompatíveis com a Constituição do país. Esta decisão levantou temores de uma possível saída da Polônia da UE.
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.