O presidente do Equador, Guillermo Lasso, ordenou um aumento de até 12% nos preços dos combustíveis nesta sexta-feira (22), quando organizações sociais planejam protestar contra os aumentos mensais aplicados desde 2020, mas serão suspensos por decisão do Executivo.
"A partir de agora, o preço da gasolina extra está fixado em US$ 2,55 por galão e, da mesma forma, o preço do diesel (...) está fixado em US$ 1,90", disse Lasso em um discurso do porto de Guayaquil (sudoeste).
A gasolina extra (regular) custava 2,50 dólares e o diesel, US$ 1,69.
Esses novos preços agora serão congelados, explicou Lasso. “A partir de hoje estão suspensos os aumentos mensais” que vinham sendo aplicados desde 2020, por meio de reajustes de acordo com a cotação do petróleo no mercado internacional.
O anúncio do presidente ocorreu às vésperas de um protesto em Quito convocado por sindicatos, indígenas e estudantes contra os aumentos instituídos pelo governo do ex-presidente Lenín Moreno em 2020.
O movimento Pachakutik, braço político da Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie) e um dos principais do parlamento da oposição, comemorou o anúncio de Lasso e o considerou uma "boa notícia", segundo uma mensagem no Twitter.
No entanto, em um comunicado posterior, o movimento informou que a alta anunciada por Lasso "afeta negativamente a economia familiar equatoriana".
A Conaie, que se reúne na comunidade andina de Colta (centro), destacou em suas redes sociais que "repudia o novo aumento" no preço dos combustíveis e analisa ações de protesto.
A organização indígena liderou protestos violentos em 2019 contra a eliminação total de subsídios aos combustíveis, que deixaram onze mortos e obrigaram Moreno a voltar atrás daquela decisão.
Lasso, que assumiu o cargo em maio, expressou que o Equador, que exporta petróleo e está em crise econômica, atravessa um "animador cenário econômico", mas precisa de "estabilidade".
O presidente tachou de "golpistas" e "conspiradores" na quarta-feira os grupos que convocaram as manifestações.
Lasso é partidário de eliminar subsídios e dar compensações aos profissionais do transporte e setores mais desfavorecidos.
Antes da decisão anunciada por Lasso, organizações sociais planejavam marchar na terça-feira, apesar do estado de exceção de 60 dias que o governo decretou na segunda-feira para enfrentar a violência das drogas.
Sob esta figura, militares e policiais patrulham as ruas, embora o governo não tenha restringido direitos, como os de protesto e reunião.
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