O governo israelense anunciou nesta sexta-feira (22) que incluiu seis ONGs palestinas ligadas à Frente Popular pela Libertação da Palestina (FPLP) em sua lista de "organizações terroristas", medida imediatamente criticada por organizações de direitos humanos.
O Estado hebreu, assim como a União Europeia, há anos considera a FPLP, um grupo armado palestino de natureza marxista, uma organização terrorista.E muitas personalidades ligadas a esse movimento, que também tem um braço político, foram presas nos últimos anos.
Entre os afetados estão as organizações de direitos humanos al-Haq e Addameer, acusadas de serem vinculadas à FPLP.
"Essas organizações fazem parte de uma rede de organizações que, sob o pretexto de atividades internacionais, dependem da FPLP para apoiar seus objetivos e promover suas atividades", disse o ministro da Defesa, Benny Gantz, em um comunicado.
Segundo Gantz, elas “se beneficiam da ajuda de Estados europeus e de organizações internacionais obtidas de forma fraudulenta”.
Em maio, Shin Beth, o serviço de segurança interna israelense, acusou ONGs no enclave palestino ocupado da Cisjordânia de desviar fundos "para vários países europeus".
"Esse dinheiro permitiu que a FPLP financiasse as famílias de prisioneiros (palestinos em Israel) e perpetradores de ataques, além de pagar seus trabalhadores, reforçar suas atividades terroristas e divulgar sua ideologia", acrescentou Gantz.
Os Estados Unidos, aliado de Israel, reagiram a esta medida garantindo que "consultaremos os nossos parceiros israelitas para obter mais informações sobre os motivos" desta decisão.
"O governo israelense não nos avisou", reconheceu o porta-voz do Departamento de Estado americano, Ned Price, em declarações à imprensa.
Decisão "alarmante"
O Escritório do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos nos territórios palestinos classificou a decisão israelense como "alarmante".
Além disso, acusou o Estado hebraico de realizar "uma campanha que estigmatiza essas organizações e outras" ONGs, limitando "sua capacidade de realizar tarefas cruciais".
A Autoridade Palestina de Mahmoud Abas, que recentemente se reuniu com Gantz, chamou a medida de "um ataque perturbador à sociedade civil palestina".
A ONG israelense anticolonização B'Tselem criticou a decisão das autoridades na sexta-feira, chamando-a de "digna de regimes totalitários".
Em uma declaração conjunta, a Anistia Internacional e a Human Rights Watch denunciaram uma decisão "horrível", "injusta" e "alarmante" que "ameaça" o trabalho de algumas das "maiores" ONGs palestinas.
"É uma decisão política, não por razões de segurança, que faz parte da longa campanha de Israel contra as ONGs palestinas para silenciá-las", disse Shawan Jarareen, diretor do al-Haq, à AFP.
Saiba Mais
- Brasil Trans é atacada e amigos filmam agressão; Polícia Civil busca o homem
- Economia Bolsonaro está no Ministério da Economia para convencer Guedes a ficar
- Mundo Suprema Corte dos EUA revisará lei de aborto do Texas em 1º de novembro
- Blogs Redirect Bolsonaro está no Ministério da Economia para convencer Guedes a ficar
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.