Os dois principais líderes do sindicato empresarial da Nicarágua foram presos nesta quinta-feira (21), informou a polícia, elevando para quase 40 a lista de opositores presos no contexto das eleições de 7 de novembro.
O presidente e o vice-presidente do Conselho Superior da Empresa Privada (COSEP), respectivamente Michael Healy e Álvaro Vargas, estão entre os "investigados por crime de lavagem de dinheiro, bens e ativos", afirmou a Polícia Nacional em nota.
Da mesma forma, são investigados “por realizar atos que comprometem a independência, a soberania e a autodeterminação, incitam a ingerência estrangeira nos assuntos internos, solicitam intervenções militares, se organizam com financiamento de potências estrangeiras para realizar atos de terrorismo”, acrescentou.
“Essas ações que violam os direitos fundamentais estabelecidos na Constituição Política da Nicarágua devem cessar imediatamente”, reagiu a COSEP no Twitter.
Com Healy e Vargas, são 39 as pessoas presas nos últimos quatro meses, incluindo sete candidatos à presidência, líderes políticos e sociais, empresários e jornalistas.
Healy foi preso pouco depois de deixar o Ministério Público, onde foi convocado para uma entrevista que não ocorreu e que, segundo ele, seria remarcada.
Quando estava saindo do Ministério Público, os jornalistas perguntaram se ele temia ser preso, ao que ele respondeu, "necessariamente não". No entanto, ao entrar no veículo, foi seguido por policiais armados em duas motocicletas.
Healy detém a mais alta posição empresarial do país desde setembro de 2020, substituindo José Aguerri, que está preso desde julho sob a acusação de "conspiração para minar a soberania", de acordo com o MP.
As prisões de Healy e Vargas ocorrem um dia depois que o Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) exigiu a "libertação imediata" dos opositores presos em uma sessão em Washington, na qual foi abordada a situação política da Nicarágua.
As prisões ocorreram em meio ao processo eleitoral, no qual o presidente Daniel Ortega, de 75 anos e no poder desde 2007, aspira a um quarto mandato consecutivo, sem adversários que ameacem suas pretensões.
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