Trabalhadores de um centro de distribuição da Amazon em Nova York estão tentando criar um sindicato, seis meses após o fracasso de uma iniciativa semelhante no Alabama, e acusam a gigante do comércio eletrônico de fazer de tudo para sabotar o projeto.
Até o momento, nenhum depósito da Amazon conseguiu criar um sindicato nos Estados Unidos.
"Desde que começou nossa campanha (para coletar assinaturas), a Amazon não perdeu tempo em implementar táticas contra a sindicalização", disse nesta quinta-feira (21) o Amazon Labor Union (ALU, ‘Sindicato de Trabalhadores da Amazon’).
“Temos enfrentado a mesma estratégia empregada em Bessemer, Alabama, como a colocação de cartazes nos banheiros ou de consultores externos, especializados na luta contra os sindicatos, que vêm ao local de trabalho e dividem os funcionários”, contou o ALU em nota.
Em abril, ao final de meses de campanha sob grande tensão, o "não" à sindicalização venceu com ampla margem no centro de distribuição da Amazon em Bessemer. Apesar da mobilização de ativistas e figuras políticas até do alto escalão, apenas 2.500 funcionários, dos 5.900 convocados às urnas, votaram.
Em agosto, um funcionário da agência americana encarregada dos direitos trabalhistas, a NLRB, "determinou que a Amazon violou direitos trabalhistas" e recomendou que uma nova votação fosse organizada no Alabama, de acordo com o sindicato RWDSU, que havia organizado a tentativa.
A Amazon não respondeu ao contato da AFP nesta quinta. Em abril, o grupo refutou todas as denúncias de intimidação.
O ALU pretende apresentar seu dossiê com 2.000 assinaturas favoráveis à NLRB em 25 de outubro. Se o documento for aprovado, uma eleição será realizada no centro de distribuição de Staten Island, no estado de Nova York.
O potencial futuro sindicato quer pedir, entre outras coisas, melhores salários, segurança no emprego, condições de trabalho mais seguras e mais férias.
A organização é dirigida principalmente por Christian Smalls, um ex-funcionário que foi demitido após organizar uma manifestação em JFK8, um dos depósitos de Staten Island. Segundo a Amazon, Smalls foi despedido por ir trabalhar enquanto deveria estar de quarentena, após ter entrado em contato com um colega infectado pela covid-19.
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