O líder do partido de Angela Merkel, Armin Laschet, disse nesta quinta-feira (7) que está disposto a renunciar sua posição na União Democrata Cristã (CDU), após a derrocada eleitoral dos conservadores.
"Vamos abordar rapidamente a questão da nova equipe da CDU, desde o presidente até a direção do partido e o comitê executivo federal", afirmou em Berlim, enquanto está há menos de um ano no cargo.
Laschet, de 60 anos, conhecido pela sua tenacidade, afirmou que pedirá a realização de um congresso da CDU para decidir "sobre o futuro e a reorganização" na liderança do partido. Não especificou nem quando, nem onde.
"Desde a saída de Angela Merkel da presidência do partido, temos um debate incessante" em torno da direção do mesmo, disse.
Segundo o jornal Bild, o congresso pode acontecer em dezembro em Dresde (leste).
O partido responsabiliza Laschet pelo pior resultado eleitoral (24,1%) dos conservadores da história da Alemanha moderna.
Uma luta
Ele foi eleito a duras penas em janeiro como chefe da CDU e depois teve que batalhar contra Markus Söder, que lidera o partido irmão CSU, para ser o candidato dos conservadores à chancelaria.
Sua campanha eleitoral foi um fracasso, apesar do envolvimento no último momento de Merkel. Laschet, porém, continua a insistir que uma coalizão “Jamaica”, isto é, com os liberais do FDP e os Verdes, ainda é possível.
Seu partido "segue aberto à (coalizão) ‘Jamaica’", insistiu ele nesta quinta-feira. "A ‘Jamaica’ é uma oportunidade para um novo começo em nosso país."
Mas tanto os ambientalistas quanto os liberais, que ficaram em terceiro e quarto lugar nas eleições, estão negociando com os sociais-democratas do SPD para formar um governo de coalizão e evitar uma paralisia, temida em toda a Europa.
Após uma primeira rodada de conversas nesta quinta, as partes decidiram se reunir novamente na segunda-feira.
Semáforo tricolor
Nenhum dos partidos quis antecipar quando poderia ser formada a coalizão, chamada de "Semáforo tricolor" (vermelho do SPD, verde dos ambientalistas, amarelo dos liberais). Para unir suas forças, eles terão que superar uma série de diferenças, principalmente em assuntos fiscais.
Se conseguirem concordar em linhas gerais sobre uma futura aliança, as três formações entrarão então em negociações de coalizão de fato.
Todos parecem estar com pressa. O líder do SPD, Olaf Scholz, que se tornaria chanceler em caso de aliança, afirmou que queria um governo "antes do Natal".
Desde a derrota em 26 de setembro, os rivais de Laschet no partido, como Friedrich Merz e Jens Spahn, querem uma guinada à direita.
Na mesma noite das eleições, Markus Söder, chefe da CSU da Baviera, disse que os resultados são "uma clara rejeição à coalizão ‘Jamaica’" e abrem "um período para o qual devemos nos preparar", com um provável passo à oposição após dezesseis anos da era Merkel.
Na quarta-feira, à margem de uma cúpula UE-Bálcãs, Merkel declarou que seu campo não teve "o melhor resultado eleitoral" para poder aspirar a formar uma coalizão.
No final da primeira reunião dos deputados conservadores no Bundestag, o líder do grupo parlamentar, próximo a Armin Laschet, foi reeleito apenas por seis meses, em vez de um ano como de costume. Sinal de que a CDU/CSU pretende passar para a oposição.
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