O secretário de Estado americano, Antony Blinken, pediu nesta segunda-feira (4) que o Irã permita que um cidadão americano-iraniano busque atendimento médico, que está impedido de deixar o país, já que sua família afirma que sua vida depende de uma cirurgia urgente no exterior.
Os advogados de Baquer Namazi, um ex-funcionário do Unicef, condenado por espionar no Irã junto com seu filho Siamek, disseram que as autoridades se recusam a emitir o passaporte iraniano de que ele precisa para deixar o país porque Teerã não reconhece a dupla cidadania.
Namazi, de 84 anos, cuja sentença por espionagem foi comutada no início de 2020, tem um bloqueio em 95-97 por cento de uma das principais artérias que irrigam o cérebro e precisa de cirurgia dentro de sete a 10 dias, disse sua família.
"Baquer Namazi precisa de cirurgia imediata e o governo iraniano deve permitir que ele busque os cuidados médicos necessários para salvar sua vida", escreveu Blinken no Twitter.
"Já se passaram quase seis anos desde que ele viu seus filhos. Em um momento como este, ele deveria estar cercado por toda a sua família", acrescentou.
Pai e filho foram condenados por "espionar" para os Estados Unidos. A sentença de Baquer Namazi foi comutada em 2018 e ele foi posto em prisão domiciliar por razões de saúde.
Segurando as lágrimas, outro filho, Babak Namazi, disse que a família está "devastada" e que a situação era "um tipo de tortura que não desejaria ao (seu) pior inimigo".
"Este não é, nem nunca foi o final que meu pai merece. Meu pai é uma pessoa desinteressada, que dedicou sua vida ao serviço público", disse em coletiva de imprensa virtual.
Baquer Namazi precisa colocar um stent na artéria principal do cérebro, que está bloqueada em 95%-97%, segundo seus advogados.
"A situação de Baquer, com quase 85 anos, agora é grave e extremamente urgente", escreveram em uma carta dirigida ao relator especial da ONU sobre o direito à saúde física e mental, o sul-africano Tlaleng Mofokeng.
Em 28 de setembro, seus médicos chegaram à conclusão de que devia ser operado em um prazo de sete a dez dias.
Namazi poderia ser operado no Irã, mas seus advogados dizem que seria uma situação muito estressante depois de quatro anos de prisão e em um país que ainda sofre com a pandemia de covid-19.
O porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, disse mais tarde aos jornalistas que a libertação dos Namazi, assim como de outros americanos no Irã, era uma "prioridade absoluta" para o governo do presidente Joe Biden, mas que era mais eficaz discutir os casos "fora do foco do público".
"Não dá ao Irã nenhuma vantagem e o mundo está unido contra esta abominável prática de reter seres humanos, reter indivíduos, para obter vantagens políticas", disse Price.
Siamak Namazi, o filho de Baquer, por sua vez, cumpre pena de dez anos de prisão, após ter sido considerado culpado de colaborar com um governo inimigo.
Sua família nega categoricamente as acusações e diz que foi submetido a um extenso interrogatório sobre seu trabalho com instituições americanas.
Ao menos quatro cidadãos americanos estão retidos no Irã e o governo de Joe Biden pediu sua libertação, enquanto os Estados Unidos tentam reativar o acordo nuclear com o Irã de 2015.
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