O primeiro-ministro da República Tcheca, Andrej Babis, acusado de usar paraísos fiscais para esconder milhões de euros, seguia bem posicionado nesta segunda-feira (4) para vencer as eleições legislativas no próximo fim de semana, segundo analistas, apesar das críticas.
Babis, sexta fortuna tcheca segundo o semanário financeiro "Euro", é um dos 35 políticos implicados nos "Pandora Papers", uma investigação publicada no domingo por veículos de imprensa de todo o mundo.
De acordo com membros do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), o magnata utilizou 15 milhões de euros (17,4 milhões de dólares) procedentes de suas empresas de fachada para comprar uma propriedade no sul da França em 2009.
Babis garantiu que "nunca fez nada de ilegal ou mau" e disse que as acusações eram uma campanha de difamação contra ele e seu partido, o ANO (centro), que lidera nas pesquisas para as eleições de 8 e 9 de outubro, com 25% dos votos.
Segundo analistas, é pouco provável que o escândalo detenha sua base eleitoral e espera-se que ele ganhe as eleições. "Os simpatizantes de Babis o perdoaram em muitas ocasiões, e esta será mais uma", afirmou à AFP Otto Eibl, analista político da Universidade Masaryk, de Brno.
Para Josef Mlejnek, analista da Universidade Carlos, de Praga, o escândalo pode até ajudar Babis a formar uma coalizão de governo, já que eleitores indecisos podem votar em pequenos partidos em vez da formação do primeiro-ministro.
“Ele estará melhor com 25% dos votos e vários pequenos parceiros do que com 30% dos votos, mas sozinho”, explicou.
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