Os noruegueses comparecem às urnas nesta segunda-feira (13/9) para eleições parlamentares que podem dar a vitória para a oposição de esquerda e os ecologistas, o que mudaria o rumo do setor de petróleo do país, maior produtor de hidrocarbonetos da Europa ocidental.
Os locais de votação abriram às portas às 9h locais (4h de Brasília). Baseadas no voto antecipado, as primeiras projeções começam a ser divulgadas durante a noite.
De acordo com as pequisas, haverá maioria para desbancar o governo de centro-direita de Erna Solberg, desgastado após oito anos no poder.
O líder trabalhista Jonas Gahr Støre, um milionário de 61 anos que fez campanha contra a desigualdade social, parece bem posicionado para suceder a Solberg, mas sua futura coalizão, em particular o peso dos verdes, continua sendo uma incógnita.
Ainda é necessário aguardar para saber se seu partido e seus aliados - o Partido de Centro (agrário) e a Esquerda Socialista - conquistarão a maioria parlamentar entre eles, ou se precisarão do apoio de outras duas forças da oposição, os ecologista do MDG e/ou os comunistas de Rødt.
Segundo a média das pesquisas realizadas entre 2 de agosto e 11 de setembro, publicada no domingo (12/9) pela TV2, os trabalhistas, o Partido de Centro e a Esquerda Socialista poderiam conquistar a maioria apertada de 85 das 169 cadeiras do "Storting", o Parlamento unicameral da Noruega.
O bloco chamado de "burguês" (direita) conseguiria 67; os comunistas do Rødt, 9; e o MDG, 8.
"Tenho um bom pressentimento", disse Støre ao votar em um colégio de Oslo, no domingo.
Um recorde de mais de 1,6 milhão de noruegueses, o que representa 42,3% do eleitorado, recorreu ao voto antecipado, que começou um dia antes nas principais cidades.
O "alerta vermelho para a humanidade" divulgado no início de agosto pelos especialistas do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU (IPCC, na sigla em inglês) colocou o aquecimento global no centro da campanha eleitoral e obrigou o país a refletir sobre o destino das atividades petrolíferas que deixaram a nação muito rica.
O MDG pede o fim imediato das prospecções petrolíferas, e o fim da exploração de petróleo, até 2035. Este ultimato foi rejeitado por Støre, formado em Ciência Política em Paris e ministro do governo de Jens Stoltenberg entre 2005 e 2013.
Assim como os conservadores, o Partido Trabalhista - a outra grande força do país - descarta desistir dos lucros do petróleo e defende uma retirada gradual.
Na Noruega, o setor de petróleo representa 14% do Produto Interno Bruto (PIB), mais de 40% das exportações e 160 mil empregos diretos.