O chefe da diplomacia israelense, Yair Lapid, apresentou neste domingo (12/09) um plano para "melhorar" as condições de vida dos palestinos na Faixa de Gaza em troca de um compromisso de "calma" por parte do movimento Hamas, que governa o enclave.
"Por muito tempo, as únicas duas opções eram conquistar Gaza ou violência sem fim. Ambas as opções são ruins", afirmou Lapid, apresentando sua iniciativa "Economia em troca de segurança" em uma conferência de segurança em Jerusalém.
Especificamente, Lapid propôs um plano de duas fases, mas sem negociações com o Hamas, movimento considerado "terrorista" por Israel.
Na primeira fase, "as linhas elétricas seriam reparadas, o gás seria conectado e uma usina de dessalinização de água seria construída" em Gaza, um território que está sob bloqueio israelense há mais de 15 anos e tem uma média de 12 horas de eletricidade por dia e pouca água potável.
Em troca, os islâmicos do Hamas terão que se comprometer com "a calma por um longo período", acrescentou Lapid, especificando que, em caso de violência, a resposta de Israel será "mais forte do que no passado".
Numa segunda fase, serão construídos um porto e uma "ligação rodoviária" entre Gaza e a Cisjordânia, território palestiniano ocupado por Israel, assim como uma nova zona industrial, explicou.
A Cisjordânia, onde fica a sede da Autoridade Palestina de Mahmoud Abas, é separada de Gaza pelo território israelense.
O plano, que ainda não foi adotado pelo governo, não visa resolver o conflito israelense-palestino, mas sim "agir agora" para "melhorar" as condições de vida dos palestinos e "criar melhores condições para conversas futuras", de acordo com o ministro.
Israel e o Hamas lutaram quatro guerras desde 2008. Quatro meses após a última guerra, em maio, a reconstrução do enclave ainda não começou, apesar dos compromissos de vários doadores.