Estados Unidos

Chefe da diplomacia dos EUA chega ao Catar para lidar com a crise do Afeganistão

O chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, chegou ao Catar, país que se tornou o principal interlocutor dos talibãs e centro de logística para a retirada de pessoas do Afeganistão

O chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, chegou nesta segunda-feira (6) ao Catar, país que se tornou o principal interlocutor dos talibãs e centro de logística para a retirada de todos os que conseguiram fugir do Afeganistão.

O avião de Blinken pousou em Doha pouco antes das 18h00, horário local (12h00, no horário deBrasília). Acompanhado pelo secretário de Defesa, Lloyd Austin, ele planeja jantar hoje à noite com o emir Tamim bin Hamad Al-Thani.

Esta é a primeira viagem de altos funcionários americanos à região desde que os talibãs assumiram o poder no Afeganistão, em 15 de agosto, e da retirada das tropas americanas daquele país.

Blinken e Austin se reunirão com autoridades do Catar na terça-feira para tratar da situação no Afeganistão, que se tornou uma importante questão geopolítica e uma potencial crise humanitária que requer a mobilização da comunidade internacional.

"Agradecemos a estreita cooperação do Catar em relação ao Afeganistão e seu apoio indispensável na assistência da transferência de cidadãos americanos, pessoal da embaixada em Cabul, afegãos ameaçados e outros evacuados do Afeganistão via Catar", disse o departamento de estado dos EUA antes da chegada de Blinken ao país.

Depois de passar pelo emirado, Blinken deve visitar na quarta-feira a Base Aérea de Ramstein, na Alemanha, que hospeda temporariamente milhares de afegãos antes de viajarem aos Estados Unidos.

Ele presidirá com seu homólogo alemão, Heiko Maas, uma reunião virtual com ministros de cerca de 20 países sobre a crise afegã.

Por sua vez, Austin fará um tour pelo Golfo que o levará ao Bahrein, Kuwait e Arábia Saudita.

Os catarianos se tornaram atores-chave no dossiê afegão, desempenhando o papel de mediadores neutros e influentes. As negociações com os insurgentes começaram em 2013, a pedido do então presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.

Posteriormente, saudaram as negociações concluídas em 2020 entre os Estados Unidos e o Talibã e entre este último e a oposição afegã do agora deposto presidente, Ashraf Ghani.

O país recebeu mais de 55.000 refugiados afegãos, alguns dos quais estão hospedados na base dos Estados Unidos no emirado.

Os chefes da diplomacia alemã, holandesa, britânica e italiana, assim como o ministro do Interior saudita, estiveram no Catar na semana passada, demonstrando a nova importância diplomática do rico emirado.

Um dos principais temas da viagem americana será o diálogo com os talibãs, que a comunidade internacional ainda não reconheceu formalmente.

Os americanos "continuarão a falar com os talibãs em um esforço para garantir que nossa mensagem seja clara", disse Dean Thompson, funcionário do Departamento de Estado, no sábado.

Ele acrescentou que esses contatos estão ocorrendo, em particular, por meio do enviado dos EUA Zalmay Khalilzad, representante de Washington nas negociações com os talibãs que levaram ao acordo de fevereiro de 2020 sobre a retirada das forças americanas e estrangeiras do país.

 

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