Seis palestinos, incluindo o ex-líder de um grupo armado, fugiram de uma prisão do norte de Israel nesta segunda-feira (6) através de um túnel cavado sob uma pia, o que provocou uma grande operação de busca.
Em um comunicado, o Serviço Penitenciário de Israel (IPS) afirma que o alerta foi ativado às 3H00 locais (21H00 de Brasília, domingo), depois que as autoridades receberam informações sobre a presença de suspeitos nas proximidades da prisão de Gilboa, o que desencadeou a operação de busca da polícia.
Imagens divulgadas pelo serviço penitenciário mostram um túnel cavado debaixo de um azulejo do banheiro, ao pé de uma pia. Os presos escaparam por este local.
Os 400 detentos de Gilboa, presos por "crimes contra a segurança", estavam sendo realocados ante a possibilidade de que mais túneis tenham sido cavados no estabelecimento, segundo o IPS.
A fuga recorda o filme "Um Sonho de Liberdade" (1994), do diretor Frank Darabont, no qual um detento, interpretado por Tim Robbins, escapa de uma prisão através de um túnel cavado durante anos.
O exército disponibilizou recursos de observação aérea para a polícia e preparou suas tropas para o caso de necessidade de intervenção na Cisjordânia, território palestino ocupado por Israel.
O Clube de Prisioneiros Palestinos, uma organização com sede na Cisjordânia, identificou os foragidos.
Entre os fugitivos está Zakaria Zubeidi, famoso ex-líder do grupo Brigadas dos Mártires de Al Aqsa, o braço armado da organização Al Fatah do presidente Mahmmoud Abbas.
O IPS confirmou que o conhecido militante da cidade de Jenin é um dos foragidos.
A polícia, o exército e integrantes da agência israelense de segurança interna Shin Bet se uniram à operação de busca. Postos de controle foram instalados ao redor de Gilboa, com a presença de cães farejadores.
Fuga para a Cisjordânia?
A imprensa israelense considera possível que os fugitivos tenham retornado para a Cisjordânia, território ocupado por Israel desde 1967.
O exército afirmou que suas forças estão "preparadas e mobilizadas" na Cisjordânia, como parte da operação.
A fuga aconteceu poucas horas antes do início em Israel, na segunda-feira à noite, das festas do Ano Novo judaico.
O primeiro-ministro israelense Naftali Bennett considerou a fuga "muito grave" e pediu para ser informado regularmente sobre a busca dos foragidos.
A Jihad Isâmica, um dos principais movimentos armados palestinos, celebrou a fuga como um "ato heroico".
Hamas, o grupo islamita que controla a Faixa de Gaza, submetida a bloqueio israelense, considerou a fuga um "ato corajoso e heroico", assim como uma "verdadeira derrota" para o sistema de segurança de Israel.
Zubeidi foi detido sob a acusação de "terrorismo" em 2019, em uma localidade da Cisjordânia próxima a Ramallah.
Antes, ele já havia sido indiciado pela Autoridade Palestina por ter participado em um ataque armado contra a residência do governador de Jenin, Qaddura Musa, em 2002.
Musa faleceu vítima de um infarto durante a ação. As forças de segurança palestinas prenderam dezenas de pessoas, incluindo Zubeidi, pouco depois do ataque.