Promovido pelo Conselho da Europa, o Prêmio de Direitos Humanos Vaclav Havel 2021 foi concedido, nesta segunda-feira (27), à opositora bielorrussa Maria Kolesnikova, condenada a 11 anos de prisão no início de setembro.
"Este prêmio é um sinal da solidariedade de todo mundo democrático para com o povo bielorrusso. (...) Também é muito claro para as autoridades bielorrussas que o mundo não vai tolerar abusos dos direitos humanos e não aceita o que acontece, hoje, em Belarus", afirmou a irmã de Maria, ao receber esta distinção no plenário do Conselho da Europa, em Estrasburgo, na França.
"Se não quisermos que Belarus se transforme em um 'Gulag', devemos dar nosso apoio ao seu povo", acrescentou, segurando uma foto da irmã.
Ela também mencionou os nomes de outros opositores do governo bielorrusso presos pelo governo de Alexander Lukashenko.
Condenada a 11 anos de prisão após um julgamento a portas fechadas, Maria Kolesnikova, de 39 anos, destacou-se ao resistir a uma tentativa de expulsão de seu próprio país.
Ela é "um dos três símbolos femininos da oposição bielorrussa", evocou o Conselho da Europa, junto com Svetlana Tikhanovskaia, candidata presidencial que substituiu seu marido preso, e Veronika Tsepkalo.
Svertlana e Veronika fugiram do país, em meio à forte pressão das autoridades. Belarus é um dos poucos países do continente que não integra o Conselho da Europa, que conta com 47 Estados-membros.
Em reconhecimento a ações excepcionais na sociedade civil pela defesa dos direitos humanos, em 2019, o Prêmio Vaclav Havel foi concedido ao intelectual uigur preso Ilham Tohti, junto com uma iniciativa de jovens que trabalha pela reconciliação nos Bálcãs.
Adiada pela crise sanitária da covid-19, a edição 2020 deste prêmio reconheceu, em abril passado, a ativista feminista saudita Lujain al Hathlul, há tempos presa em seu país.
Criado em 2013, o Vaclav Havel é dotado de 60.000 euros (em torno de US$ 70.000).
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