A líder civil deposta de Mianmar, Aung San Suu Kyi, retornou nesta terça-feira (14/9) ao tribunal para enfrentar acusações de que violou as restrições provocadas pela covid-19, afirmou seu advogado, Khin Maung Zaw, um dia depois da ausência do julgamento por motivos de saúde.
Isolada do mundo, com exceção dos encontros com seus advogados e as audiências no tribunal, Suu Kyi enfrenta um amplo leque de acusações que incluem sedição, aceitação de subornos e violação de uma lei de sigilos da era colonial. Ela pode ser condenada a mais de uma década de prisão.
A audiência de segunda-feira foi adiada depois que Suu Kyi passou mal no carro que a transportava do complexo em que está em prisão domiciliar para o tribunal.
Suu Kyi "disse que ainda está um pouco enjoada", afirmou o advogado Khin Maung Zaw, que se reuniu com ela antes da audiência de terça-feira.
A audiência sobre as acusações de que Suu Kyi ignorou as restrições da pandemia durante as eleições vencidas por seu partido no ano passado foi adiada depois que as testemunhas de acusação não compareceram, acrescentou Zaw.
A defesa de Suu Kyi rejeita as acusações.
Duas testemunhas da acusação também não compareceram à audiência em julho depois que foram diagnosticados com o coronavírus.
O julgamento foi adiado em dois meses, enquanto o país lutava contra o aumento das infecções por covid-19.
Suu Kyi e seu governo eleito foram derrubados pelo exército após um golpe militar em fevereiro que provocou um amplo movimento de protesto e uma brutal repressão da junta militar contra a dissidência.
As forças de segurança mataram mais de mil civis desde o golpe, segundo uma organização local.
O exército afirma que o número de vítimas é muito menor.
O chefe da junta militar de Mianmar afirmou em agosto que o país terá eleições e o estado de emergência será suspenso em agosto de 2023, ampliando assim o prazo inicial de uma ano que o exército anunciou poucos duas após o golpe.
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