O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, viaja ao Oeste do país nesta segunda-feira (13/9) para insistir na necessidade de lutar contra as mudanças climáticas e apostar em grandes investimentos verdes, mas também para entrar na arena política.
O presidente democrata visitará a Califórnia, um reduto de seu partido ao qual não vai desde sua eleição, para apoiar o governador Gavin Newsom, que enfrenta um referendo que pode custar seu cargo.
Antes, Biden fará uma escala no estado republicano de Idaho para visitar um centro de coordenação de combate a incêndios, depois seguirá para Sacramento, capital da Califórnia. A última parada será em Denver, Colorado, onde pretende falar sobre seus principais planos de investimentos.
A visita deve permitir que o presidente toque em um tema já conhecido: lembrar a urgência de agir sobre o aquecimento global e desastres associados, como incêndios florestais e tempestades.
Biden busca tornar os Estados Unidos menos vulneráveis a desastres naturais e tornar sua economia mais verde com projetos de investimento, cujo montante acumulado pode chegar a US $ 5 trilhões, desde que o Congresso os aprove nos próximos meses.
Os incêndios florestais aumentaram neste verão, especialmente no Oeste do país, incluindo nos estados que Biden irá visitar.
Até domingo, de acordo com o último balanço, o National Interagency Fire Center contabilizou 80 grandes incêndios ativos, incluindo 22 em Idaho, cujo combate envolve mais de 22.000 bombeiros.
Biden, que rompeu com o ceticismo de seu antecessor republicano Donald Trump sobre a mudança climática, disse na semana passada que o mundo estava enfrentando um "alerta vermelho" para o perigo da mudança climática e pediu união, transcendendo as divisões partidárias.
- Schwarzenegger -
Mas, longe das questões transversais importantes, Biden vestirá o terno do chefe do Partido Democrata durante sua viagem, apoiando o governador da Califórnia durante um evento de campanha de última hora em Long Beach.
Gavin Newsom enfrenta um referendo revogatório na terça-feira.
Este procedimento permite que eleitores insatisfeitos organizem um referendo na tentativa de derrubar o chefe do estado.
Há 18 anos, uma votação semelhante permitiu ao astro Arnold Schwarzenegger conquistar a Califórnia.
Os californianos vão votar se desejam ou não a saíde de Newsom, de 53 anos, em uma votação desencadeada por republicanos irritados com o uso obrigatório de máscaras para conter a covid-19, um alto custo de vida e uma disparada dos sem-teto no estado mais rico e populoso do país.
Newsom, um ex-prefeito de São Francisco que foi eleito governador em 2018 e cujo mandato não terminaria até o próximo ano, não arrisca muito em um estado dominado pelos democratas.
Mesmo assim, os democratas levam a votação a sério, sabendo que uma revocação surpresa é sempre possível, especialmente se o comparecimento for baixo.
Com este referendo há uma divisão que vai muito além da Califórnia, entre um eleitorado democrata que apoia o programa progressista e as medidas anticovid de Biden, e um eleitorado conservador que desconfia das tendências intervencionistas dos poderes públicos em qualquer campo: saúde, economia, educação, costumes ou mudanças climáticas.
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