O Reino Unido vai usar todos os meios à sua disposição para acabar com o "comércio ilegal" dos traficantes que cruzam o Canal da Mancha com um número recorde de migrantes, anunciou nesta quarta-feira (8) o primeiro-ministro Boris Johnson.
O governo britânico, que tornou o endurecimento das leis migratórias uma prioridade depois do Brexit, quer tornar impraticáveis essas travessias perigosas da costa francesa e há muito tempo pressiona para que Paris redobre seus esforços para evitá-las.
Mas nos últimos meses houve um número recorde de chegadas, com uma nova onda nos últimos dias devido ao bom tempo no mar.
Questionado no Parlamento sobre isso, Johnson disse "compartilhar a indignação e frustração com a atitude cruel de criminosos que aceitam dinheiro de pessoas desesperadas e assustadas para ajudá-las a fazer uma jornada muito, muito perigosa".
Ele afirmou que seu governo está tentando lidar com o problema "da melhor maneira possível, que é garantindo que eles não naveguem ao largo da costa francesa".
"Dependemos muito do que os franceses fazem", insistiu pouco antes de uma reunião franco-britânica.
A ministra do Interior, Priti Patel, deve receber seu colega francês, Gérald Darmanin, nesta quarta, paralelamente a um encontro internacional em Londres.
Em uma reunião anterior no final de julho, Londres prometeu pagar à França mais de € 60 milhões (US $ 71 milhões) em 2021-2022 para financiar uma maior presença da polícia francesa na costa.
Mas, de acordo com vários meios de comunicação britânicos, Patel ameaçou no início desta semana não pagar os fundos prometidos se não houvesse avanços da França.
Na segunda-feira, 785 migrantes chegaram ao Reino Unido cruzando o Canal da Mancha ilegalmente, após um recorde de 828 travessias em um dia em agosto, de acordo com Londres.
"Temos entre 300 e 400 quilômetros de costa para vigiar dia e noite e é impossível colocar policiais a cada 100 metros", disse à BBC o parlamentar conservador francês Pierre-Henri Dumont.
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