Bangladesh

Islamistas bengalis são condenados à morte por homicídio de ativistas gays

Cinco deles já haviam sido condenados à morte em fevereiro pelo assassinato de um blogueiro e de um editor em 2015.

Um tribunal especial antiterrorismo em Bangladesh condenou seis extremistas islâmicos à pena capital, nesta terça-feira (31), pelo assassinato de dois defensores dos direitos homossexuais - informaram promotores responsáveis pelo caso.

É a primeira vez que um tribunal de Bangladesh julga atos de violência cometidos contra militantes dos direitos gays, neste país de maioria muçulmana onde a homossexualidade é ilegal.

A segurança foi reforçada em todo tribunal antes do anúncio do veredicto.

Xulhaz Mannan, chefe de redação da Roopbaan, uma revista voltada para a comunidade gay de Bangladesh, e o militante Mahbub Tonoy foram mortos em Daca, em abril de 2016. Os assassinos tinham facões e armas de fogo.

O tribunal especial antiterrorismo ordenou a pena de morte de seis membros do Ansar Al Islam, disse o promotor Golam Sarwar Khan.

"Estamos felizes com o veredicto", disse ele à imprensa.

Quatro dos seis condenados à morte foram julgados à revelia, enquanto outros dois réus foram absolvidos.

Nazrul Islam, um dos advogados de defesa, advertiu que recorrerá da sentença.

"Meus clientes são totalmente inocentes. Não têm relação com estes assassinatos", afirmou.

O braço da Al-Qaeda no subcontinente indiano assumiu a responsabilidade pelo assassinato dos dois militantes por "promoverem a homossexualidade".

Após a denúncia de assassinato apresentada pelo irmão de Xulhaz Mannan, porém, a polícia acusou oito membros do grupo de Bangladesh Ansar Al Islam. Conseguiu prender apenas quatro.

Cinco deles já haviam sido condenados à morte em fevereiro pelo assassinato de um blogueiro e de um editor em 2015.