A jovem empreendedora acusada de fraude depois de levantar milhões de dólares com a promessa de criar um laboratório que revolucionaria os exames de sangue vai a julgamento no dia 7 de setembro.
Elizabeth Holmes, que fundou a empresa de biotecnologia Theranos em 2003 aos 19 anos, enfrenta nove acusações de fraude eletrônica e duas acusações de conspiração para cometer fraude eletrônica que podem render a ela até 20 anos de prisão se for condenada.
Com a Theranos, Holmes prometeu resultados mais rápidos e baratos do que os dos laboratórios tradicionais e realizados com apenas algumas gotas de sangue.
Figuras importantes como o ex-secretário de Estado Henry Kissinger e o ex-secretário de Defesa dos EUA James Mattis e o magnata da mídia Rupert Murdoch compraram a promessa investindo no que parecia ser uma aposta segura.
Holmes foi considerada uma visionária e até mesmo comparada ao fundador da Apple, Steve Jobs. Mas depois de alguns anos e bilhões, a promessa se esvaiu e as máquinas milagrosas não funcionaram.
De acordo com os promotores, Holmes estava ciente e mentiu para investidores, médicos e pacientes para continuar a arrecadar dinheiro.
“Em termos de quanto dinheiro o governo afirma ter perdido, este caso não é a maior fraude no setor de saúde do ano passado. (...) Mas quando se trata de atenção da mídia, é certamente um dos maiores casos de década ", disse Jason Mehta, advogado e ex-promotor especializado em fraude sanitária.
Além de Kissinger e Mattis, que integraram o conselho da Theranos, espera-se que os pacientes que foram diagnosticados erroneamente com HIV ou câncer devido a testes defeituosos testemunhem perante o júri.
"É o que torna este caso real. É o que torna o argumento do governo não apenas sobre dinheiro, mas sobre danos reais aos pacientes", disse Mehta.
Se Holmes decidir falar, será o depoimento mais esperado. Holmes acumulou uma fortuna estimada de 3,6 bilhões de dólares, de acordo com a revista Forbes em 2014.
Na época, ela era a milionária mais jovem sem nunca ter herdado uma fortuna. O julgamento foi adiado várias vezes porque a réu teve um filho em julho.