Afeganistão

Operações de retirada avançam no aeroporto de Cabul

Os trabalhadores do sistema provisório de controle aéreo em Cabul deixaram as decisões nas mãos da tripulação, conformando-se em dar informações que sempre terminam com um "por sua conta e risco".

Desde domingo (15), uma ponte aérea mobiliza aviões de todo mundo para retirar diplomatas, outros estrangeiros e afegãos do aeroporto de Cabul, cujo entorno é estreitamente vigiado pelos talibãs.

Os Estados Unidos, que planejavam evacuar mais de 30.000 pessoas entre cidadãos e civis afegãos através de suas bases do Kuwait e Catar, já retiraram mais de 7.000 pessoas desde 14 de agosto.

No total, quase 12.000 pessoas foram retiradas pelos Estados Unidos desde o final de julho, entre cidadãos americanos, membros da embaixada e afegãos que trabalharam para Washington.

"Por sua conta e risco"

Um piloto militar tcheco que retornou de Cabul descreveu as difíceis condições para voar no Afeganistão, sem um verdadeiro controle aéreo, ou sem a possibilidade de reabastecer no local e com decolagens perigosas.

Em meio ao intenso tráfego aéreo em Cabul, "tínhamos que manter distância no ar e pousar um atrás do outro. Buscávamos as frequências para nos comunicarmos uns com os outros", relatou o "comandante MM".

Os trabalhadores do sistema provisório de controle aéreo em Cabul deixaram as decisões nas mãos da tripulação, conformando-se em dar informações que sempre terminam com um "por sua conta e risco".

Rotações de dois aviões do Canadá

Reconfigurados para aumentarem ao máximo o número de pessoas transportadas, dois aviões militares canadenses vão fazer rotações para repatriar de Cabul os cidadãos e residentes canadenses, assim como afegãos, informou a Defesa Nacional na quinta-feira (19).

O primeiro-ministro Justin Trudeau afirmou que o aeroporto está sob controle dos EUA e permite o envio regular de aviões militares, mas "o desafio é que as pessoas têm muita dificuldade para chegar ao aeroporto, porque os talibãs estão bloqueando o acesso".

103 pessoas a caminho da Itália

Um avião de transporte militar C130J partiu com 103 pessoas de Cabul para o Kuwait, de onde serão transportadas para a Itália, informou o Ministério da Defesa nesta sexta-feira.

Outros 104 afegãos retirados na quinta-feira devem chegar a Roma, do Kuwait, em um voo comercial disponibilizado por uma ONG italiana, acrescentou o Ministério.

Segundo esta mesma fonte, aproximadamente 900 afegãos foram retirados do país e, destes, 800 foram levados para a Itália.

Áustria confia nos aviões de outros países

Até o momento, a Áustria confia nos aviões de outros países para retirar seus cidadãos do Afeganistão. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, duas pessoas foram retiradas, mas 85 continuam bloqueadas no país, entre austríacos e afegãos.

Romênia consegue retirar quatro pessoas

Um avião Hercules C-130 da Romênia conseguiu retirar quatro pessoas (um romeno, um búlgaro, um britânico e um americano) do Afeganistão, rumo a Islamabad (Paquistão), na madrugada desta sexta-feira, informou seu Ministério das Relações Exteriores.

Além disso, 14 romenos aguardam no aeroporto, em segurança, para serem retirados.

100 esperam voo para a Polônia

Quase 130 pessoas retiradas do Afeganistão já chegaram à Polônia. Outras 100 esperam o próximo voo, no aeroporto de Cabul, que deve chegar à Polônia nesta sexta-feira à noite, informou um representante do governo à rede de televisão pública TVP.

110 retirados para a Espanha

Um segundo avião militar espanhol deixou Cabul nesta sexta-feira, às 1h30 (horário de Brasília), com destino a Dubai. Levava 110 pessoas a bordo, principalmente colaboradores afegãos da embaixada espanhola e seus familiares.

Todos os cidadãos espanhóis já foram repatriados, anunciou o ministro espanhol das Relações Exteriores, José Manuel Albares.

Quênia procura seus trabalhadores

As missões diplomáticas do Quênia na região tentam localizar seus cidadãos que trabalhavam em empresas privadas.

Doze trabalhadores de empresas privadas foram enviados na quarta-feira (18) para Birmingham (Reino Unido), e um grupo de 40 foi levado, neste mesmo dia, para o Cazaquistão.