Ao menos cinco pessoas morreram durante um tumulto no aeroporto de Cabul, capital do Afeganistão, nesta segunda-feira (16/8). Eles tentavam embarcar em aviões enquanto soldados americanos faziam a segurança do local para acelerar a retirada de seu pessoal diplomático.
Ainda não está claro quem são as vítimas, mas um funcionário do governo americano disse à agência de notícias Reuters que soldados americanos atiraram para o alto para tentar conter pessoas que tentavam embarcar à força em voos militares exclusivos para americanos.
Caos e medo no Afeganistão
Em abril deste ano, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou o retorno de todas as tropas americanas que estavam no Afeganistão havia 20 anos. Em 6 de julho de 2021, os militares informaram que sua retirada estava “mais de 90% concluída”.
Em uma ofensiva que começou há duas semanas, o Talibã avançou sobre Cabul e anunciou ter tomado o palácio presidencial depois da fuga do presidente pró-Ocidente, Ashraf Ghani. O grupo também assumiu o controle de duas prisões perto da capital, libertando milhares de prisioneiros.
Em Cabul, a população enfrenta o medo. Lojas fecharam, policiais foram vistos trocando uniformes por roupas civis. Os bancos estavam lotados de pessoas querendo sacar dinheiro e as ruas ficaram lotadas de veículos tentando sair da cidade. “Apreciamos o retorno do Talibã ao Afeganistão, mas esperamos que sua chegada traga paz, e não um banho de sangue. Ainda me lembro, de quando era criança, das atrocidades cometidas pelos talibãs”, disse Tariq Nezami, um comerciante de 30 anos.
Quando governaram o país, entre 1996 e 2001, os talibãs impuseram sua versão ultrarrigorosa da lei islâmica. As mulheres eram proibidas de sair sem um acompanhante masculino e de trabalhar, e as meninas de ir à escola. As mulheres acusadas de adultério eram açoitadas e apedrejadas.