O líder da oposição da Zâmbia, Hakainde Hichilema, venceu as eleições presidenciais neste país do sul da África, com um milhão de votos a mais que seu rival, o presidente Edgar Lungu, anunciou nesta segunda-feira (16/8) a comissão eleitoral.
"Declaro Hakainde Hichilema presidente eleito da República da Zâmbia", disse o presidente da comissão eleitoral, Esau Chlu, em uma mensagem transmitida pela televisão.
O histórico opositor de 59 anos, conhecido como HH, derrotou seu antigo rival Lungu, que governa desde 2015, após uma campanha fortemente disputada com um pano de fundo de alta inflação e dificuldades econômicas.
Com os dados de 155 dos 156 distritos eleitorais do país, o opositor tinha 2,8 milhões de votos ao seu favor contra 1,8 milhão de Lungu.
Ao meio-dia desta segunda-feira (horário local), Lungu reconheceu a derrota, parabenizou Hichilema e prometeu uma "transição pacífica do poder".
"Quero parabenizar meu irmão, Hakainde Hichilema, presidente eleito", afirmou, agradecendo à população por ter permitido que fosse seu presidente.
Hichilema, apelidado "HH", foi amplamente eleito com quase um milhão de votos à frente do atual presidente, segundo a comissão eleitoral, que destacou uma participação muito forte de cerca de 71%.
Essa é a sexta vez que Hichilema disputa a presidência e a terceira em que enfrenta o atual presidente.
Nas eleições de 2016, Lungu venceu com uma vantagem de apenas 100.000 votos.
Lungu, há seis anos na presidência, tentou se manter no poder apesar do ressentimento do eleitorado pelo forte aumento no custo de vida e pela repressão aos dissidentes.
Hichilema denunciou o que chamou de "regime brutal" e prometeu uma "democracia melhor", em um discurso após ter sido declarado ganhador das eleições.
Hichilema recebeu o apoio de 10 partidos opositores nas eleições realizadas na quinta-feira passada, sob a bandeira de seu Partido Unido pelo Desenvolvimento Nacional (UPND).
A princípio, o atual presidente afirmou que a eleição não foi livre nem justa, devido aos incidentes de violência relatados nos tradicionais bastiões opositores.
Um comunicado emitido pela Presidência, ele alegou que representantes de seu partido foram atacados em alguns centros de votação.
Comemorações tomaram conta das ruas da capital Lusaka enquanto os votos eram contados, com centenas de pessoas em roupas de festa balançando bandeiras em frente à casa de Hichilema, onde dançavam e soavam buzinas de carros.