Investigadores russos acusaram, nesta quarta-feira (11/8), o opositor russo preso Alexei Navalny de um novo crime que poderia prolongar seu tempo na prisão.
O Comitê de Investigação russo, encarregado de analisar os crimes mais importantes, o acusa de ter criado uma organização que viola os direitos dos russos porque seu Fundo contra a Corrupção (FBK) "incitou os cidadãos a cometerem atos ilícitos", especialmente "instando-os a participar de manifestações não autorizadas".
O FBK e outras organizações de Navalny foram classificadas como "extremistas" em junho pela Justiça russa e desde o início de agosto estão oficialmente proibidas.
Segundo o Comitê de Investigação, o opositor e seus colaboradores "organizaram a divulgação, em suas páginas pessoais na internet e nas páginas do FBK [...], de publicações que pediam aos cidadãos russos que participassem de manifestações não autorizadas em janeiro", quando ocorreram várias manifestações de apoio a Navalny, em protesto pela sua prisão.
"Navalny sabia que [esses protestos eram] de natureza ilegal", consideraram os investigadores.
O movimento do opositor está submetido a uma forte pressão desde que Navalny voltou para a Rússia em janeiro, depois de se recuperar de um suposto caso de envenenamento na Alemanha, pelo qual acusa o Kremlin.
Suas organizações foram liquidadas, os sites vinculados a ele foram bloqueados e vários de seus colaboradores são alvo de vários processos judiciais.
Alexei Navalny, de 45 anos, cumpre uma pena de dois anos e meio em uma colônia penitenciária por um caso de fraude, que ele classifica como "político".
Os aliados de Navalny afirmam que todas essas medidas são destinadas a atrapalhar as atividades da oposição nas eleições legislativas de setembro.