Os atletas australianos que voltam dos Jogos Olímpicos terão que fazer uma quarentena excepcional de 28 dias ao retornarem para o estado da Austrália Meridional, pelas novas medidas anticovid tomadas pelas autoridades regionais, uma decisão que irritou vários responsáveis esportivos do país.
Todos os viajantes que chegarem no território australiano vindos do exterior devem respeitar geralmente uma quarentena de 14 dias.
Mas o governo do estado da Austrália Meridional, cuja capital é Adelaide, decidiu dobrar a duração desta quarentena para os viajantes que não conseguiram voltar do exterior com um voo direto.
Cinquenta e seis atletas da delegação australiana nos Jogos foram afetados por esta nova medida. Dezesseis deles já estão em quarentena em Sydney, onde desembarcaram vindos de Tóquio.
"Enquanto outros países estão celebrando o retorno de seus atletas, nós submetemos aos nossos o mais cruel e desdenhoso dos tratamentos", reagiu o presidente do Comitê Olímpico Australiano, Matt Carroll.
"São castigados por representarem com orgulho seu país destacando-se nos Jogos Olímpicos", continuou o dirigente, protestando pelo destino dos atletas australianos que voltaram do evento olímpico com 46 medalhas, 17 delas de ouro, o que colocou a Austrália na sexta posição do quadro de medalhas.
"Colocar indivíduos em quarentena por um período tão longo é, na minha opinião, irracional e não pode ser justificado cientificamente", declarou o responsável médico do Instituto de Esportes Australiano, David Hughes.
Até esta quarta-feira, o governo do estado da Austrália Meridional não reagiu às críticas.
Graças às suas medidas, a Austrália registrou pouco mais de 37.000 casos e sofreu 944 mortes, com uma população de 25 milhões de habitantes, segundo os dados do Ministério da Saúde.
No entanto, um aumento dos casos pela variante Delta desde o início de junho gerou o confinamento dos habitantes das maiores cidades do país há várias semanas.