O novo presidente iraniano, Ebrahim Raisi, disse nesta segunda-feira (9/8) ao seu homólogo francês, Emmanuel Macron, que as negociações entre as potências mundiais para salvar o acordo nuclear de 2015 devem garantir os "direitos" de seu país.
"Em qualquer negociação, os direitos do povo iraniano devem ser mantidos, e os interesses da nossa nação devem ser garantidos", disse Raisi em um telefonema de uma hora de duração, conforme o site da Presidência iraniana.
Já Macron disse ao presidente iraniano que "cesse rapidamente" as violações dos compromissos assumidos pela República Islâmica para reduzir sua atividade nuclear, informou a presidência francesa. Conforme a mesma fonte, ele também pediu que "se retome rapidamente as negociações em Viena para chegar a uma conclusão".
Esta conversa foi a primeira de Raisi com um líder ocidental desde que assumiu o cargo, na semana passada.
No telefonema, o novo líder ultraconservador se mostrou firme em relação às intenções do Irã de manter sua capacidade de "dissuasão" na região do Golfo Pérsico e do Mar de Omã.
"A República Islâmica é muito séria sobre o fornecimento de segurança e a manutenção da dissuasão na região do Golfo Pérsico e do Mar de Omã e confrontará os elementos que privarem a região desta segurança", acrescentou, segundo a página institucional da presidência.
Essas declarações foram dadas depois que Israel, Estados Unidos e Reino Unido acusaram Teerã do ataque a um petroleiro administrado pela empresa de um milionário israelense, frente à costa de Omã.
O ultraconservador Raisi sucedeu ao moderado Hassan Rohani, que concluiu o acordo de 2015. Com este pacto, as sanções internacionais contra Teerã foram suspensas em troca do compromisso de limitar seu programa nuclear.
Em 2018, o então presidente Donald Trump retirou os Estados Unidos do acordo e restabeleceu as sanções contra o Irã. Em resposta, Teerã foi-se desvinculando, gradualmente, do pacto.