As Forças de Defesa de Israel (IDF) lançaram ataques contra o Líbano, depois de a milícia fundamentalista xiita libanesa Hezbollah reivindicar disparos de foguetes. Pelo menos 10 projéteis foram lançados na direção do Estado israelense. A maioria deles foi interceptada pelas forças do Estado hebraico. Em nota divulgada ontem, o Hezbollah anunciou ter lançado foguetes contra territórios na região da Colina de Golã, ocupada por Israel desde 1967, em “resposta aos ataques aéreos israelenses”. “A resistência islâmica bombardeou com dezenas de foguetes uma área próxima às posições das forças de ocupação israelenses na região das fazendas Shebaa”, o nome libanês desse setor, declarou o grupo.
Um correspondente da agência France-Presse (AFP) no sul do Líbano relatou ter escutado várias explosões e visto fumaça subindo na área das fazendas de Shebaa. Na quinta-feira, a Força Aérea israelense reivindicou seus primeiros ataques aéreos em anos no Líbano e afirmou que alvejou áreas de lançamento de foguetes, depois de disparos contra o norte de Israel. “Não queremos uma escalada na direção de uma verdadeira guerra, mas estamos prontos para isso e não vamos permitir que esses atos terroristas continuem”, declarou Amnon Shefler, um porta-voz do Exército israelense. “Faremos o que for necessário.”
Um total de 19 foguetes foram disparados do Líbano contra Israel, disse Shefler, sem deixar vítimas. Três projéteis caíram no Líbano, 16 cruzaram a fronteira e 10 foram interceptados pelo sistema de defesa aérea israelense.
Perigo
A Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Finul) descreveu como uma “situação muito perigosa” a escalada militar e pediu um cessar-fogo “imediato”. “É uma situação muito perigosa, com atos de escalada observados dos dois lados nos últimos dias”, advertiu a Finul em um comunicado. O comandante dessa missão da ONU, general Stefano Del Col, disse estar em contato com as partes envolvidas, às quais fez um apelo por um “cessar-fogo imediato”.
A aviação israelense bombardeia, regularmente, o que afirma serem posições do movimento islâmico palestino Hamas na Faixa de Gaza. Também realiza operações na vizinha Síria, onde ataca alvos de elementos pró-iranianos. Em relação ao Líbano, porém, seus últimos ataques aéreos conhecidos remontavam a 2014, confirmou o Exército israelense em contato com a AFP. A última vez que Israel atacou o reduto do Hezbollah no sul do Líbano foi em 2006.
Em 2019, a tensão entre os dois lados aumentou, quando o Hezbollah atacou um veículo militar israelense em resposta a dois ataques “israelenses” contra o grupo islâmico na Síria e no Líbano. Em seguida, o movimento xiita prometeu responder à morte de dois de seus membros durante um ataque aéreo israelense perto de Damasco.