Ao menos 30 combatentes pró-governo morreram e mais de 50 pessoas ficaram feridas neste domingo (29) em ataques contra a maior base aérea do Iêmen, informaram fontes militares.
A ação teve como alvo a base de Al Anad, que fica 60 quilômetros ao norte de Aden. Esta cidade é a segunda maior do país e a capital provisória do governo iemenita, em guerra desde 2014 contra os rebeldes huthis.
"Mais de 30 pessoas morreram e pelo menos 56 ficaram feridas em Al Anad", declarou à AFP Mohammed al Naqib, porta-voz das Forças Armadas. Uma fonte médica anunciou o mesmo balanço.
Naqib atribuiu o ataque, executado com mísseis e drones, aos insurgentes. Os huthis não reagiram até o momento.
A guerra no Iêmen opõe há sete anos as forças do governo, apoiadas por uma coalizão militar liderada pela Arábia Saudita, e os rebeldes huthis, respaldados pelo Irã.
Os huthis controlam grande parte do norte do país, assim como a capital Sanaa.
Vídeos obtidos pela AFP mostram dezenas de pessoas reunidas diante do hospital de Lahj, na província de mesmo nome, onde aconteceu o ataque. As ambulâncias não paravam de chegar com feridos.
"Mobilizamos todos os funcionários, de cirurgiões a enfermeiros", declarou à AFP o diretor do hospital, Mohsen Murshid. "Sabemos ainda há corpos entre os escombros", completou.
Antes da guerra, o exército dos Estados Unidos utilizou a base de Al Anad para perseguir os integrantes da Al-Qaeda. Desde agosto de 2015, o local é controlado pelo governo iemenita.
Em 2019, os insurgentes reivindicaram um ataque com drone contra esta base durante um desfile militar, que matou seis pessoas, incluindo um diretor dos serviços de inteligência.
Onze pessoas ficaram feridas no ataque, entre elas o comandante adjunto do Estado-Maior, Saleh Zendani, que não sobreviveu.
Sem contar os combates, a ação deste domingo é uma das mais letais desde dezembro de 2020, quando um ataque teve como alvo o novo governo de unidade em sua chegada ao aeroporto de Aden.
Ao menos 26 pessoas morreram no ataque, incluindo três voluntários e um jornalista.
A guerra no Iêmen deixou dezenas de milhares de mortos e milhões de deslocados. A ONU considera esta a pior crise humanitária do mundo.
Quase 80% dos 30 milhões de habitantes, que enfrentam um risco grave de epidemias e fome, dependem da ajuda internacional.
A ONU busca alcançar uma solução para o conflito, mas, antes de uma eventual trégua ou negociação, os huthis exigem que a coalizão liderada por Riad autorize a reabertura do aeroporto de Sanaa.
O novo emissário da ONU para o Iêmen, Hans Grundberg, deve assumir o cargo em 5 de setembro.
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