Chade

Morre o ex-presidente chadiano Hissène Habré, preso no Senegal

Habré morreu de covid-19 em um hospital de Dakar. Adoeceu alguns dias antes e foi transferido da prisão de Cap Manuel, no centro da capital senegalesa, para uma clínica privada por desejo de sua família.

Agência France-Presse
postado em 24/08/2021 16:05 / atualizado em 24/08/2021 16:05
 (crédito: STRINGER / AFP)
(crédito: STRINGER / AFP)

O ex-presidente do Chade, Hissène Habré, morreu aos 79 anos no Senegal, onde cumpria uma condenação à prisão perpétua por crimes contra a humanidade desde 2016, após um julgamento sem precedentes, informou o ministro da Justiça senegalês, Malick Sall, nesta terça-feira (24).

"Habré foi entregue às mãos de seu Senhor", declarou o ministro à rede televisiva TFM. Os veículos de comunicação senegaleses informaram que ele morreu por covid-19.

Habré, que governou o Chade entre 1982 e 1990, foi condenado à prisão perpétua em 30 de maio de 2016, após um julgamento sem precedentes em Dakar, depois de ser acusado de crimes contra a humanidade, estupros, execuções, escravidão e sequestros.

Uma comissão investigadora chadiana calculou o número de vítimas da repressão sob seu governo em aproximadamente 40.000.

Hissène Habré, que foi derrubado em 1990, se refugiou no Senegal, onde, sob pressão internacional, foram criadas as condições para seu processo judicial, o que o levou a ser preso em 2013 e indiciado por um tribunal especial instaurado em cooperação com a União Africana (UA).

O atual número um do país, Mahamat Idriss Déby, apresentou suas "sinceras condolências a sua família e ao povo chadiano". "A Deus pertencemos e a Ele retornaremos", disse no Twitter.

O governo chadiano informou que não vai realizar "nenhuma homenagem oficial", devido às suas condenações e "em respeito às suas vítimas".

Habré morreu de covid-19 em um hospital de Dakar, informou à AFP o consulado do Chade. Adoeceu alguns dias antes e foi transferido da prisão de Cap Manuel, no centro da capital senegalesa, para uma clínica privada por desejo de sua família. Quando seu estado se agravou, foi internado no hospital.

"Sua morte é totalmente responsabilidade dos Estados africanos e especialmente do Estado senegalês", declarou à AFP Kelley Chidi Djorkodei, que se apresentou como um dos seus sobrinhos, em frente ao hospital.

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