Peru

Peru avalia trazer à tona navio chileno que afundou em guerra de 1879

Há 141 anos o navio chileno "Covadonga" naufragou durante a guerra do pacífico

Agence France-Presse
postado em 23/08/2021 18:45 / atualizado em 23/08/2021 18:46

O governo peruano tentará trazer à tona o navio chileno "Covadonga", que naufragou há 141 anos durante a guerra do Pacífico, na qual Peru e Bolívia enfrentaram o Chile em 1879-1884, anunciou o ministro da Cultura, Ciro Gálvez.


"Vamos fazer as gestões para resgatar os restos deste navio de guerra para ter uma lembrança deste acontecimento trágico e que no futuro não voltem a ocorrer conflitos entre países irmãos", disse o ministro à imprensa.


Gálvez visitou no domingo o porto de Chancay, 100 km ao norte de Lima, onde o navio chileno foi afundado em 13 de setembro de 1880 por peruanos que deixaram um bote carregado de explosivos que, ao ser içado pela tripulação chilena, explodiu, provocando seu afundamento. A armadilha matou 31 marinheiros chilenos e o comandante do navio.


"Aqui foi afundado o barco chileno [...], é um patrimônio marítimo e cultural que está em território peruano", acrescentou o ministro.


O navio "Virgen de Covadonga" era uma escuna que a Espanha perdeu para o Chile durante a guerra contra a aliança sul-americana formada por Equador, Peru, Chile e Bolívia, em 1865-1866. Depois, combateu com a bandeira chilena na guerra do Pacífico.


O anúncio faz parte de uma série de iniciativas para revalorizar o patrimônio cultural da região de Chancay, informou o ministro do novo presidente de esquerda Pedro Castillo.


A mesma proposta tinha sido feita em 2010 pelo então líder opositor Ollanta Humala, que pedia para trocar o "Covadonga" pelo monitor "Huáscar", capturado pelo Chile na guerra do Pacífico e mantido como museu flutuante naquele país. O pedido foi descartado pelas autoridades peruanas.


O "Huáscar" é um navio de guerra pequeno que esteve sob o comando do almirante Miguel Grau, máximo herói nacional do Peru e permanece no porto de Talcahuano, 500 km ao sul de Santiago.


A guerra de 1879 ainda causa atritos entre Peru, Bolívia e Chile.


O tema do "Huáscar" chegou ao primeiro plano este ano durante a campanha presidencial peruana, quando o candidato presidencial Yonhy Lescano prometeu que se vencesse o pleito, pediria que o Chile devolvesse o histórico monitor.


A Associação Nacional Pró-marinha do Peru, formada por descendentes de combatentes de guerra, refutou a iniciativa. Ao contrário, consideram que o navio deve ser naufragado no lugar onde perdeu sua última batalha, em outubro de 1879, em Punta Angamos, norte do Chile.


A proposta de Lescano foi rejeitada pelo prefeito de Talcahuano.




© Agence France-Presse

 

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