Os representantes de quase 50 países se reuniram nesta segunda-feira (23/8) em Kiev para defender o fim da ocupação da Crimeia, a península ucraniana anexada por Moscou em 2014, o primeiro fórum deste tipo na Ucrânia e que foi rapidamente criticado pela Rússia.
"A sinergia de nossos esforços deve obrigar a Rússia a sentar à mesa de negociações para o retorno de nossa península", disse o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, na abertura do fórum.
"A Ucrânia sozinha nunca poderá recuperar a Crimeia, precisamos de um apoio efetivo a nível internacional para sua libertação", completou, antes de pedir o "reforço das sanções" adotadas contra Moscou.
Quinze presidentes ou primeiros-ministros europeus (Polônia, Moldávia, Suécia, entre outros) compareceram à reunião, enquanto outros países, como Alemanha, França, Estados Unidos e Turquia, enviaram ministros ou presidentes de Parlamento.
"A Ucrânia nunca estará sozinha e a Crimeia é Ucrânia", destacou o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.
O primeiro-ministro sueco, Stefan Lofven, descreveu a anexação de 2014 como "uma violação arrogante da ordem da segurança na Europa".
A reunião foi criticada por Moscou. "Consideramos tremendamente hostil este evento", reagiu Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin.
Antes da reunião, as autoridades e a imprensa da Ucrânia criticaram a "pressão" russa sobre alguns países para dissuadi-los de participar no encontro.
Na sexta-feira, Moscou anunciou sanções contra o chefe da diplomacia ucraniana, Dmytro Kuleba, que considerou a decisão uma "vingança" contra a organização do fórum sobre a Crimeia.
Esta península da Ucrânia foi anexada por Moscou em março de 2014 após a revolução pró-Ocidente em Kiev, que a Rússia classificou de golpe de Estado.
Em seguida explodiu uma guerra no leste da Ucrânia contra os separatistas pró-Rússia, dos quais Moscou, apesar das reiteradas negativas é considerado o apoio militar.
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