Faixa Salarial

Mulheres ganham 73% menos que os homens em conselhos de administração britânicos

O estudo reconhece que houve avanços na representação das mulheres nos conselhos de administração

Agência France-Presse
postado em 23/08/2021 10:23 / atualizado em 23/08/2021 10:24
 (crédito: Maurenilson FreireCBD.A Press)
(crédito: Maurenilson FreireCBD.A Press)

As mulheres que integram os conselhos de administração das principais empresas do Reino Unido ganham 73% a menos do que seus colegas do sexo masculino, uma diferença muito maior do que a do restante do mercado de trabalho - revelou um estudo divulgado nesta segunda-feira (23/8).

Uma integrante do conselho de administração de um grupo do seletivo FTSE-100 de Londres ganha em média 237 mil libras (US$ 324 mil) por ano, segundo a consultoria New Street Consulting Group.

Em comparação, os homens ganham em média 875.900 libras anuais.

Essa diferença é muito maior do que a registrada nos níveis profissionais inferiores.

Levando-se em conta todos os empregados de uma empresa, os homens recebem em média 15,5% a mais do que as mulheres, conforme dados de 2020 do Escritório Nacional de Estatísticas (ONS, na sigla em inglês).

A enorme diferença salarial nos conselhos de administração se deve ao fato de as mulheres ocuparem  poucos cargos executivos, ao contrário dos homens, que têm maior probabilidade de serem CEOs, ou diretores financeiros.

"As mulheres não apenas ganham menos, como também se nega a elas os cargos mais bem pagos", afirma a diretora da consultoria, Claire Carter.

E, mesmo quando as mulheres ocupam cargos executivos, a disparidade salarial continua sendo enorme. Elas ganham em média 1,5 milhão de libras, contra 2,5 milhões de libras para executivos do sexo masculino.

O estudo reconhece que houve avanços na representação das mulheres nos conselhos de administração, mas "se concentrar apenas nos percentuais em termos de número de conselheiros não é suficiente, quando o objetivo é a igualdade", frisou Carter.

Em fevereiro, o estudo Hampton-Alexander, encomendado em 2016 pelo governo britânico, destacou que os índices FTSE-100, 250 e 350 haviam atingido a meta de ter um terço dos assentos nos conselhos de administração preenchido por mulheres até o final de 2020.

A paridade de gênero nos conselhos administrativos das principais empresas do Reino Unido não deve chegar antes de 2036, devido ao atraso causado pela pandemia, estimou a consultoria The Pipeline em julho passado.

De acordo com a mesma instituição, há apenas 15 CEOs do sexo feminino nas empresas listadas no FTSE-350, ou seja, 5% do total. Entre elas, estão Alison Rose (NatWest Bank) e Emma Walmsley (GSK Pharmaceuticals).

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