Quatro palestinos morreram nesta segunda-feira (16/8) em confrontos com as forças israelenses no campo de refugiados de Jenin, norte da Cisjordânia ocupada, onde os combates aumentaram nas últimas semanas, o que levou a Autoridade Palestina a alertar par uma "situação explosiva".
A polícia israelense de fronteiras, uma unidade armada que atua na Cisjordânia, participou durante a manhã em uma operação em Jenin para deter um suspeito de participar em atividades "terroristas", afirmaram fontes oficiais, quando foi alvo de tiros.
"Aconteceu um tiroteio intenso a curta distância de um grande número (de pessoas) contra a força israelense. As forças da polícia de fronteiras responderam os terroristas e os neutralizaram. Não houve vítimas em nossas fileiras", afirmou a polícia.
Saleh Omar, de 19 anos, e Raed Abu Saif, 21, assim cono Amjad Iyad Azmy e Nur Abdelilá Jarari, que não tiveram as idades reveladas, morreram vítimas de "tiros" israelenses, informou o ministério palestino da Saúde.
Um fotógrafo da AFP confirmou as mortes de Omar e Abu Saif no necrotério do hospital de Jenin. Os corpos das outras duas vítimas estão em poder das forças israelenses, segundo o ministério palestino.
Um porta-voz da polícia de fronteiras confirmou à AFP a informação.
"A continuidade da política israelense (na Cisjordânia) conduzirá a uma situação explosiva, a um aumento das tensões e à instabilidade", advertiu o porta-voz da presidência palestina, Nabil Abu Rudeina.
Em um comunicado, Abu Rudeina denunciou um "crime de ódio" e considerou o Estado hebreu "responsável pela escalada e suas consequências".
Abu Saif e Jarari eram nascidos na cidade de Jenin, enquanto os outros dois palestinos mortos viviam no campo de refugiados da cidade, um ponto nervoso durante as duas intifadas (revoltas palestinas, 1987-1993 e 2000-2005), segundo a agência oficial palestina Wafa.
Manifestações e confrontos
Durante as últimas semanas aconteceram protestos e confrontos entre as forças israelenses e palestinos ao norte da Cisjordânia ocupada, principalmente em Jenin e Beita, uma cidade palestina que luta contra o estabelecimento de uma colônia israelense nas proximidades.
Israelenses fundaram no início de maio, em uma colina diante de Beita, o assentamento de Eviatar, chamado de "selvagem" porque não havia sido autorizado pelo governo israelense.
Após semanas de tensões, o assentamento de Eviatar foi evacuado no início de julho, mas a área está sob proteção do exército israelenses enquanto as autoridades decidem seu futuro.
Os habitantes palestinos de Beita e seus arredores prosseguem com os protestos, principalmente às sextas-feiras, dia de descanso semanal, e com frequência acontecem confrontos com o exército israelense. Vários palestinos morreram ou ficaram feridos.
Se o governo israelense se pronunciar a favor dos colonos, estes serão autorizados a permanecer no local de forma mais duradoura.
A Cisjordânia, que tem uma população de 2,8 milhões de palestinos, é um território palestino ocupado desde 1967 por Israel.
Quase 475.000 pessoas vivem em colônias israelenses, consideradas ilegais pelo direito internacional, neste território.
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