Os zambianos elegem seu presidente nesta quinta-feira (12), entre o atual Edgar Lungu e seu rival de longa data, Hakainde Hichilema, após uma tensa campanha em um país atingido por uma grave crise econômica.
Desde o início da manhã, centenas de pessoas faziam fila nas seções eleitorais.
Em Matero, distrito da zona oeste da capital Lusaka, dezenas de pessoas impacientes empurravam um policial para entrar no pátio da escola e serem as primeiras a colocar suas cédulas nas urnas, observou a AFP.
Andrew Daka, de 20 anos, votava pela primeira vez e disse que queria uma "mudança".
"Não podemos continuar assim", declarou.
Acompanhado da primeira-dama, o presidente Lungu votou em um bairro modesto no sul de Lusaka.
"Os zambianos estão prontos para votar e são muitos", declarou ao sair, entre simpatizantes, que esperavam por ele com os punhos erguidos.
A votação também tem outros 14 candidatos, mas a corrida eleitoral é disputada, principalmente entre Lungu, de 64 anos, e Hichilema, de 59, um empresário autodidata e carismático que concorre pela sexta vez.
O alto custo de vida desgastou a base eleitoral do presidente em final de mandato, apontam as pesquisas, que preveem eleições ainda mais apertadas do que as de 2016, quando Hakainde Hichilema perdeu por pouco mais de 100 mil votos.
Advogado de formação, Lungu foi criticado por tomar empréstimos insustentáveis, especialmente de credores chineses, para financiar projetos de infraestrutura chamativos.
A inflação disparou mais de 20% sob seu mandato e, no final de 2020, a Zâmbia se tornou o primeiro país da África a entrar em "default", devido à pandemia do coronavírus.
A violência esporádica colocou em choque militantes da Frente Patriótica (PF), partido da situação, e os da principal sigla da oposição, UPDN. Essa escalada levou o presidente a colocar o Exército nas ruas, na semana passada. A medida foi denunciada pela oposição como tática de intimidação.
Resultados antes de domingo
O presidente tem-se mostrado cada vez mais intransigente com a oposição desde que assumiu o poder em 2015. Este quadro aumenta os temores de distúrbios, em caso de rejeição dos resultados, que devem ser divulgados até domingo à noite.
Cerca de sete milhões de eleitores foram chamados às urnas para essas eleições, que além de presidenciais são legislativas e municipais.
As seções eleitorais abriram às 6h locais (1h no horário de Brasília) e devem fechar às 18h (13h de Brasília).
"Que o povo zambiano decida quem deve liderar o país", declarou Hichilema na véspera da votação, reiterando suas promessas de endireitar a economia e conclamando a comissão eleitoral a garantir eleições "livres e justas".
Edgar Lungu disse estar confiante, por sua vez, em que terá meio milhão de votos a mais do que seu rival, porque "as pessoas [conhecem-no] agora".
Observadores locais e estrangeiros foram distribuídos pelos diferentes centros de votação.
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