Homens armados mataram, nesta quinta-feira (29), oito combatentes pró-governo e capturaram dezenas na província síria de Deraa, que registrou os confrontos mais violentos desde que foi reconquistada pelas forças de Bashar al Assad há três anos, informou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
A província de Deraa, berço da revolta contra Assad em 2011, foi reconquistada em 2018. No entanto, em virtude de um acordo sem precedentes, os rebeldes foram autorizados a ficar. Desde então, atentados e ataques contra as forças pró-governo abalam a região.
As tensões se agravaram nesta quinta-feira com "os confrontos mais violentos desde que o governo assumiu o controle", segundo o OSDH.
As forças do governo dispararam obuses e tentaram avançar sobre o terreno para tomar o controle de Deraa al Balad, um bairro nas mãos de ex-rebeldes, informou.
Em represália, homens armados lançaram um contra-ataque nesta quinta-feira e destruíram várias posições do governo na província.
"Oito soldados sírios e milicianos aliados morreram nos confrontos", anunciou o OSDH, que afirma que "mais de quarenta combatentes pró-governo foram feitos prisioneiros durante os combates para conquistar várias posições na província".
O jornal pró-governo Al Watan informou "o início de uma operação militar contra terroristas" que "sabotaram o acordo de reconciliação", referindo-se a essas iniciativas negociadas pelas autoridades de Damasco com os rebeldes durante a reconquista.
A província de Deraa, no sul da Síria e que faz fronteira com Jordânia e Israel, possui uma autonomia relativa em parte de seu território.
Desde 2011, a guerra na Síria causou mais de 500.000 mortes e milhões de deslocados.