Armênia

Armênia pede envio de tropas russas na fronteira com o Azerbaijão

Armenia e Azerbaijão se acusaram mutuamente de iniciar as hostilidades, antes de aceitarem um cessar-fogo negociado pela Rússia.

O primeiro-ministro armênio, Nikol Pashinyan, afirmou nesta quinta-feira (29) que pedirá o envio de "guardas fronteiriços russos" na fronteira com o Azerbaijão para evitar uma escalada após os recentes confrontos.

"Dada a complicada situação, acredito que faz sentido considerar a questão do envio de guardas fronteiriços russos à fronteira com o Azerbaijão", declarou Pashinyan durante uma reunião do governo.

Em sua opinião, a presença das tropas "permitiria realizar os trabalhos de demarcação e delimitação sem riscos de confrontos militares". "Planejamos discutir a respeito com nossos colegas russos", acrescentou.

O porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, rejeitou em coletiva de imprensa comentar os planos do primeiro-ministro armênio, limitando-se a dizer que "os contatos com Yerevan (capital da Armênia) continuam".

O porta-voz do Kremlin acrescentou que a Rússia busca apaziguar as tensões entre Armênia e Azerbaijão. "O trabalho continua para garantir a implementação total dos acordos bilaterais", afirmou.

Essas declarações ocorrem um dia após novos confrontos entre soldados de ambos os países, que deixaram três mortos armênios perto da cidade fronteiriça de Sotk (leste).

Armenia e Azerbaijão se acusaram mutuamente de iniciar as hostilidades, antes de aceitarem um cessar-fogo negociado pela Rússia.

Este incidente foi o mais violento desde o final da guerra entre ambos em 2020 pelo controle do disputado enclave de Nagorno Karabakh.

Essa guerra de seis semanas, que deixou mais de 6.500 mortes, terminou com uma derrota militar para a Armênia, que se viu obrigada a ceder importantes territórios ao Azerbaijão em virtude de um acordo de cessar-fogo negociado por Moscou.

Cerca de 2.000 soldados russos foram enviados para Nagorno Karabakh para garantir a paz.