Mais de 10 milhões de residentes da cidade de Ho Chi Minh deverão cumprir um rigoroso toque de recolher noturno a partir desta segunda-feira (26/7), uma medida inédita destinada a conter o aumento de casos de covid-19 no Vietnã.
Embora tenha conseguido conter os surtos de coronavírus no ano passado, o país agora vem registrando aumentos recordes no número de casos e de mortes. Este quadro decorre, sobretudo, da disseminação da variante Delta, altamente contagiosa.
As principais áreas afetadas são as localidades industriais do norte e a cidade de Ho Chi Minh, no sul.
Há mais de dois meses, as autoridades restringiram os movimentos na capital econômica e impuseram um confinamento no início de julho. Os moradores podem sair de casa apenas para emergências médicas e para comprar comida.
A partir desta segunda-feira, entrará em vigor uma portaria que obrigará as pessoas a ficarem em casa das 18h às 6h. As autoridades não classificaram a medida como "toque de recolher", nem anunciaram por quanto tempo ficará vigente.
"Será necessário reforçar a legislação local para redobrar as patrulhas (...) e impor multas apropriadas aos infratores, incluindo detenções em caso de resistência", declarou o prefeito da cidade de Ho Chi Minh, Nguyen Thanh Phong, de acordo com veículos da imprensa pública nacional.
Foram suspensas quase todas as conexões de transporte público com a cidade. Além disso, trabalhadores procedentes deste município deverão ser submetidos a uma quarentena obrigatória de pelo menos duas semanas.
No momento, mais de um terço dos 100 milhões de habitantes do Vietnã estão em confinamento, incluindo os da capital do país, Hanói, ao norte.
Nesta segunda-feira, militares percorreram as principais avenidas da capital, pulverizando desinfetante. Uma fonte oficial disse à AFP que esta campanha vai durar pelo menos mais três dias.
A economia do Vietnã foi uma das poucas a crescer no ano passado, graças a seu sucesso em conter a primeira onda da pandemia. Este país do Sudeste Asiático demorou, porém, a lançar sua campanha de vacinação, com apenas 4,7 milhões de doses aplicadas até agora.