Doze estudantes tailandeses foram acusados, nesta quinta-feira (22), de lesa-majestade e sedição por terem participado de uma manifestação pró-democracia em Bangcoc no ano passado, que pedia a reforma da monarquia, uma instituição intocável no país.
"O acusado mais jovem tem 20 anos", informou a ONG Thai Lawyers for Human Rights (TLHR), acrescentando que foram libertados sob fiança.
Um 13º manifestante, acusado dos mesmos fatos, comparecerá ao tribunal na sexta-feira para saber sua sentença.
Eles correm o risco de enfrentar muitos anos atrás das grades, já que o artigo 112 prevê penas de três a 15 anos de prisão para qualquer pessoa declarada culpada de difamação contra o rei e sua família.
Em julho de 2020, manifestações gigantescas explodiram no país para exigirem uma reforma da monarquia e especialmente a abolição do artigo 112.
Em 26 de outubro de 2020, no auge do movimento, milhares de manifestantes se reuniram em frente à embaixada da Alemanha, em um claro desafio ao rei, que passa longas temporadas em Baviera, e leram uma declaração pedindo a Berlim que abra uma investigação sobre as atividades do monarca.
Desde novembro de 2020, segundo o TLHR, mais de 100 manifestantes foram acusados em virtude do artigo 112.
Os manifestantes também pedem uma reforma da Constituição e a renúncia do primeiro-ministro Prayut Chan-O-Cha, um general que tomou o poder após um golpe de Estado em 2014 e que cinco anos depois ganhou uma eleição polêmica.
Neste ano, o movimento enfraqueceu por causa das restrições sanitárias e da repressão judicial.