Cabul, Afeganistão - Os talibãs não querem combates nas cidades afegãs, das quais se aproximaram nos últimos dias, e pediram a seus habitantes que se entreguem para evitar danos maiores.
"Agora que, das montanhas e desertos, os combates chegaram às portas das cidades, os mujahedine não querem lutar dentro da cidade", declarou Amir Khan Muttaqi, em uma mensagem postada no Twitter por um porta-voz dos talibãs.
"É melhor que nossos compatriotas usem todos os meios a seu alcance para entrar em contato conosco" e "chegar a um acordo sensato para evitar que as cidades sofram danos", advertiu Muttaqi, ex-ministro da Informação e da Cultura do regime talibã.
Desde o final de maio, aproveitando-se do movimento de retirada das tropas estrangeiras do país, os talibãs assumiram o controle de importantes áreas do território.
Devido à agora ausência do apoio aéreo dado pela tropas americanas, o Exército afegão não tem como oferecer uma resistência importante frente ao avanços dos insurgentes. Neste momento, o governo controla apenas as grandes cidades e as principais estradas.
Os talibãs "garantem a todos os habitantes que o Afeganistão será sua pátria e que ninguém se vingará", disse seu porta-voz, Zabihullah Mujahid, em uma mensagem de áudio.
Os insurgentes afirmam que já têm sob seu controle 85% do território afegão. Este percentual é contestado pelas autoridades nacionais e, até o momento, impossível de ser verificado de forma independente.
Nesta terça-feira (13/7), os talibãs advertiram a Turquia contra a manutenção de suas tropas no Afeganistão, depois que as todas as forças lideradas pelos Estados Unidos tiverem deixado o país.
"A decisão das autoridades turcas não é correta, uma violação da nossa soberania e da integridade territorial e vai contra nossos interesses nacionais", disseram os talibãs em um comunicado.
"Consideramos a manutenção das tropas estrangeiras em nossa pátria, independentemente do país, ou do pretexto, uma ocupação, e os invasores serão tratados como tais", acrescentaram.
Nesse sentido, prometeram que, se a Turquia "não reconsiderar sua decisão", o grupo insurgente "resistirá como resistiu a 20 anos de ocupação" estrangeira.
Esta declaração surge depois de o governo turco prometer enviar tropas para proteger o aeroporto de Cabul, quando as forças estrangeiras deixarem o local, em agosto próximo.