O independentista Louis Mapou foi eleito nesta quinta-feira (8/7) presidente do governo colegial da Nova Caledônia, que fará, em 12 de dezembro, seu terceiro e último referendo sobre a independência deste território francês no Pacífico Sul.
É a primeira vez, desde o início do processo de descolonização, em 1998, que um separatista assume a liderança deste território e também a primeira vez que esta cai nas mãos de um indígena Kanak.
Mapou, de 62 anos, obteve seis votos entre os 11 membros do governo, contra quatro para o presidente em final de mandato, Thierry Santa, favorável a continuar unido à França.
Sua eleição se dá após cinco meses de bloqueio no governo eleito em 17 de fevereiro, devido à falta de entendimento entre as duas forças pró-independência que disputavam a presidência: a União Nacional para a Independência (UNI), de Mapou, e a União Caledoniana (UC).
Ambas anunciaram um acordo na semana passada.
"Buscamos isso, não veio sozinho, mas é nossa vez. É preciso ter paciência e perseverança", disse Mapou,
"Idealista" para alguns, "progressista" para outros, o presidente eleito garantiu nesta quinta-feira que a luta contra as desigualdades e a "desesperança" de parte da juventude Kanak será sua prioridade.
Figura da luta indígena e considerado um homem de diálogo, Louis Mapou, ou "Loulou", representa a ala à esquerda do movimento de independência da Nova Caledônia.