Elsa perdeu força e se degradou para uma tempestade tropical na madrugada desta quarta-feira (7/7), antes de atingir a costa do Golfo da Flórida - informou o Centro Nacional de Furacões (NHC, na sigla em inglês) dos Estados Unidos.
O alerta de furacão para grande parte da costa oeste do estado foi alterado para um alerta de tempestade tropical, disse o NHC, embora, de acordo com o organismo, a força de Elsa ainda possa variar antes de atingir o continente.
O governador da Flórida, Ron DeSantis, estimou que a tempestade entrará no continente pela costa norte do estado, em algum momento entre 8h e 9h (9h - 10h de Brasília), e pediu à população que fique atenta aos alertas meteorológicos em seus telefones.
"Não é hora de andar por aí", afirmou, em entrevista coletiva na terça-feira (6/7) à noite.
A tempestade estava a cerca de 115 quilômetros a noroeste de Tampa, com ventos máximos próximos de 100 km/h, segundo o NHC, em um comunicado divulgado às 5h (6h de Brasília).
Diante da expectativa de elevação do nível da água em razão dos ventos, o aeroporto de Tampa anunciou a suspensão dos voos comerciais a partir das 17h (18h de Brasília) até pelo menos as 10h de quarta-feira.
"Pedimos aos habitantes da Flórida que comecem seus preparativos. Isso inclui a possibilidade de ficar sem luz por alguns dias. Tenham comida e água suficientes para cada membro de sua família, inclusive animais de estimação", declarou a vice-governadora da Flórida, Jeanette Nuñez.
"Se houver ordens de evacuação na sua área, é para sua própria segurança. Os condados abrirão centros de abrigo de emergência", acrescentou.
Após a morte de três pessoas na República Dominicana e em Santa Lúcia, a tempestade atingiu Cuba na segunda-feira (5/7), provocando fortes chuvas, mas sem causar grandes danos.
Elsa se tornou, na sexta-feira (2/7), o primeiro furacão do Atlântico da temporada, de categoria um, e foi rebaixado para tempestade tropical no sábado (3/7) após enfraquecer.
Mais de 100.000 pessoas foram evacuadas de áreas costeiras quando a tempestade atingiu Cuba, onde ventos de até 100 km/h foram reportados.
A passagem de Elsa pela Flórida ocorre menos de duas semanas após a tragédia de Surfside, uma cidade a cerca de 20 km do centro de Miami, onde um bloco residencial de 12 andares desabou parcialmente na madrugada de 24 de junho. As causas do colapso do prédio ainda estão sendo investigadas.
A prefeita do condado de Miami-Dade, Daniella Levine Cava, informou na tarde de terça-feira que o número de mortos aumentou para 36, depois que mais quatro corpos foram encontrados sob os escombros. Vinte e nove vítimas foram identificadas, entre elas um chileno, uma uruguaia, um venezuelano e uma uruguaio-venezuelana.
Levine Cava observou que 109 pessoas ainda estavam listadas como desaparecidas, e que autoridades confirmaram que 70 delas estavam no prédio de 12 andares no momento do colapso. Entre os afetados estão muitos latino-americanos de vários países.
O chefe dos bombeiros de Miami-Dade, Alan Cominsky, disse que a demolição da parte do prédio que ainda estava de pé na noite de domingo permitiu que as equipes de busca expandissem suas operações.
Mais de 200 membros de equipes de resgate trabalhavam nos escombros do bloco residencial, do qual cerca de 2.500 toneladas de destroços foram removidas, de acordo com as autoridades.
O trabalho no local foi interrompido apenas por um raio.
"Monitoramos de perto as condições climáticas", assinalou Levine Cava, destacando as "condições extremamente adversas e desafiadoras", nas quais os socorristas trabalham.
O prefeito de Surfside, Charles Burkett, disse que os engenheiros estão fazendo uma "revisão estrutural completa" de outros prédios altos da cidade, incluindo Champlain Towers North, uma torre de condomínio "irmã" da que desabou.
As autoridades têm "profundas preocupações com aquele prédio", e alguns moradores se mudaram, completou.