Um surto de covid-19 na porosa fronteira da China com Mianmar levou o número de casos a atingir seu nível mais alto nos últimos seis meses no gigante asiático - revelam dados divulgados nesta quarta-feira (7/7).
Nas últimas 24 horas, foram registradas 57 novas infecções, o nível diário mais alto desde o final de janeiro deste ano, incluindo 15 casos na cidade de Ruili, fronteiriça com Mianmar.
Destes casos, 12 eram birmaneses, informam as autoridades de saúde da província de Yunnan, que atribuíram o novo surto à variante Delta do vírus, mais contagiosa. De acordo com as mesmas fontes, as outras 42 infecções foram procedentes do exterior.
O coronavírus surgiu no país, pela primeira vez, na região central da China, no final de 2019. A adoção de uma série de medidas rígidas e de fortes controles de fronteira conseguiu praticamente erradicar o contágio no território.
Ruili é um ponto de cruzamento de Muse, em Mianmar, país mergulhado no caos desde o golpe de Estado militar de 1º de fevereiro passado. A escalada de violência no vizinho preocupa as autoridades chinesas, diante do possível aumento do fluxo migratório.
Na terça-feira (6/7), o governo provincial de Yunnan anunciou que as autoridades "fecharão qualquer brecha que possa levar à importação do vírus".
Os 210 mil moradores de Ruili foram submetidos a testes de covid-19 na noite de segunda-feira (5/7), disseram as autoridades. Além disso, a cidade foi posta em confinamento, escolas foram fechadas, e os habitantes terão de permanecer em suas casas.
Esta é a segunda vez que medidas desta natureza são tomadas na cidade nos últimos quatro meses, devido à detecção de casos importados de Mianmar. Um pequeno surto já havia sido registrado em abril.
Em março, a China fechou sua principal ponte de conexão com Mianmar, devido ao aumento de casos na fronteira. As autoridades também deslocaram mais soldados e aumentaram as patrulhas para evitar travessias ilegais pela fronteira.