O fenômeno Elsa avançava como furacão nesta terça-feira (6/7) rumo à costa do estado americano da Flórida, enquanto na cidade de Surfside socorristas lutavam contra o tempo em busca de vítimas do desabamento de um prédio, que já deixou 36 mortos.
A 0h, Elsa se encontrava a 165 km de Tampa, e deve se aproximar ou tocar a costa oeste da Flórida até a manhã desta quarta-feira, segundo o Centro Nacional de Furacões (NHC).
O aeroporto de Tampa anunciou a suspensão dos voos comerciais das 17h local até pelo menos 10h da manhã de quarta-feira.
“Pedimos aos habitantes da Flórida que comecem seus preparativos. Isso inclui a possibilidade de ficar sem luz por alguns dias. Tenham comida e água suficientes para cada membro de sua família, inclusive animais de estimação”, declarou a vice-governadora da Flórida, Jeanette Nuñez. “Se houver ordens de evacuação na sua área, é para sua própria segurança, os condados abrirão centros de abrigo de emergência”, acrescentou.
A passagem de Elsa pela Flórida ocorre menos de duas semanas após a tragédia de Surfside, uma cidade a cerca de 20 km do centro de Miami, onde um bloco residencial de 12 andares desabou parcialmente na madrugada de 24 de junho por causas que ainda estão sendo investigadas.
A prefeita do condado de Miami-Dade, Daniella Levine Cava, informou na tarde desta terça-feira que o número de mortos aumentou para 36, depois que mais quatro corpos foram encontrados sob os escombros. Vinte e nove vítimas foram identificadas, entre elas um chileno, uma uruguaia, um venezuelano e uma uruguaio-venezuelana.
Levine Cava observou que 109 pessoas ainda estavam listadas como desaparecidas, e que autoridades confirmaram que 70 delas estavam no prédio de 12 andares no momento do colapso. Entre os afetados estão muitos latino-americanos de vários países.
O chefe dos bombeiros de Miami-Dade, Alan Cominsky, disse que a demolição da parte do prédio que ainda estava de pé na noite de domingo permitiu que as equipes de busca expandissem suas operações.
Mais de 200 membros de equipes de resgate trabalhavam nos escombros do bloco residencial, do qual cerca de 2.500 toneladas de destroços foram removidos, de acordo com as autoridades.
O trabalho no local foi interrompido apenas por um raio. "Monitoramos de perto as condições climáticas", assinalou Levine Cava, destacando as "condições extremamente adversas e desafiadoras" em que os socorristas estão trabalhando.
O prefeito de Surfside, Charles Burkett, disse que os engenheiros estão fazendo uma "revisão estrutural completa" de outros prédios altos da cidade, incluindo Champlain Towers North, uma torre de condomínio "irmã" da que desabou. Autoridades têm "profundas preocupações com aquele prédio" e alguns moradores se mudaram, disse.