Um avião de passageiros que transportava 29 pessoas desapareceu nesta terça-feira (6/7) dos radares na península de Kamchatka, no extremo oriente da Rússia, informaram as autoridades locais.
O avião, um Antonov An-26 da época soviética, voava entre a capital da região, Petropavlovsk-Kamchatckiy, e a pequena cidade Palana quando parou de transmitir sinais, afirmou à AFP Valentina Glazova, porta-voz da Procuradoria regional de transportes.
O avião transportava 23 passageiros e seis membros da tripulação, segundo a porta-voz. "Os esforços de busca e resgate foram iniciados", declarou Glazova. "Tudo o que sabemos no momento é que o contato foi perdido com o avião e que não pousou", completou.
O avião era operado por uma pequena empresa de Kamchatka, uma vasta península no extremo leste da Rússia com pequena população.
Várias hipóteses sobre o paradeiro do avião foram mencionadas. Uma fonte declarou à agência de notícias estatal TASS que a aeronave pode ter caído no mar, enquanto outra afirmou à agência Interfax que provavelmente caiu perto de uma mina de carvão na região de Palana.
A Rússia, conhecida pelos acidentes de aviação, melhorou a segurança no tráfego aéreo nos últimos anos, quando as companhias do país trocaram as antigas aeronaves soviéticas por outras mais modernas. Mas o país ainda sofre com a falta de manutenção e normas flexíveis de segurança: vários acidentes aéreos fatais foram registrados recentemente.
O último aconteceu em maio de 2019, quando um Sukhoi Superjet da companhia Aeroflot sofreu um acidente durante o pouso e pegou fogo na pista de um aeroporto de Moscou, uma tragédia que deixou 41 mortos.
Em fevereiro de 2018, um Antonov An-148 da Saratov Airlines caiu pouco depois da decolagem perto de Moscou e as 71 pessoas a bordo morreram. Uma investigação determinou a o acidente foi provocado por falha humana.
Também são frequentes na Rússia os incidentes não fatais, que provocam o desvio de voos ou pousos de emergência, geralmente por problemas técnicos. Em agosto de 2019, um avião da Ural Airlines com mais de 230 pessoas a bordo fez um pouso quase milagroso em um campo de milho perto de Moscou depois que um motor sugou alguns pássaros durante a decolagem.
Em fevereiro de 2020, um Boeing 737 da Utair com 100 pessoas a bordo caiu no norte da Rússia por um problema no sistema de pouso, mas o incidente não provocou mortes.
O transporte aéreo também enfrenta condições de voo difíceis nas regiões do Ártico e do extremo oriente, onde aviões e helicópteros são o meio de transporte mais usado para chegar a cidades e vilarejos remotos.