COVID-19

Irã teme 'quinta onda' ligada à variante Delta do coronavírus

País é o país do Oriente Médio mais afetado pela pandemia de covid-19. A doença já matou mais de 84 mil pessoas de um total de mais de 3,2 milhões de infectados, de acordo com os últimos dados oficiais

O presidente iraniano, Hassan Rohani, alertou neste sábado (3) contra uma "quinta onda" do coronavírus, causada pela variante Delta, conclamando os cidadãos a respeitarem integralmente as instruções de saúde.

"Tememos estar a caminho da quinta onda em todo o país", disse Rohani em reunião do Comitê Nacional de Luta contra o Vírus.

O Irã é o país do Oriente Médio mais afetado pela pandemia de covid-19. A doença já matou mais de 84 mil pessoas de um total de mais de 3,2 milhões de infectados, de acordo com os últimos dados oficiais, em grande parte subestimados pelas próprias autoridades.

"Nas últimas semanas, foi anunciado que a variante Delta do vírus havia entrado no país pelo sul e pelo sudeste", lembrou Rohani, exortando os habitantes dessas regiões a serem mais "cuidadosos porque a variante Delta já se espalhou" nessas áreas.

Identificada pela primeira vez na Índia, a variante Delta, muito mais contagiosa, está agora presente em pelo menos 85 países, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

O Irã enfrenta desde o final de março o que as autoridades apresentam como uma "quarta onda" da epidemia, ainda mais violenta do que as anteriores.

Em 5 de maio, as autoridades confirmaram a detecção de três casos da variante Delta na província de Qom (centro).

"Controle das fronteiras"

O ministério da Saúde do Irã informou que as províncias de Sistan-Baluchistão, Kerman, Hormozgan e Fars, localizadas no sul e sudeste do país, foram classificadas como "vermelhas", o nível mais alto de risco epidemiológico de acordo com o código de cores adotado pelas autoridades para medir o risco de propagação do vírus.

Na província de Teerã, dez cidades, incluindo a capital, também foram classificadas como "vermelhas".

Nas zonas vermelhas, todas as lojas devem fechar, exceto negócios considerados essenciais, como pequenos supermercados e farmácias.

Em Sistan-Baluchistão, as autoridades locais anunciaram na quarta-feira que fecharam "aos viajantes" os três postos de fronteira com o Paquistão "até novo aviso", permitindo, no entanto, o transporte rodoviário de mercadorias.

Neste sábado, Aliréza Raïssi, porta-voz do Comitê de Controle de Doenças, pediu um "controle estrito das fronteiras" do país, "especialmente nas regiões do leste".

Sufocada pelas sanções americanas, a República Islâmica lamenta não ser capaz de importar vacinas suficientes para proteger sua população, dadas as dificuldades em fazer pagamentos a seus fornecedores no exterior.

De acordo com o ministério da Saúde, mais de 4,4 milhões de pessoas (de uma população total de 83 milhões) receberam a primeira dose da vacina desde o início da campanha de vacinação em fevereiro, mas apenas 1,7 milhão de iranianos receberam as duas doses necessárias.

"Se Deus quiser, a situação vai melhorar em termos de vacinação a partir da próxima semana. A vacinação será mais extensa", prometeu Rohani.

As autoridades anunciaram recentemente a aprovação do uso emergencial de duas vacinas fabricadas localmente que ainda não obtiveram autorização de comercialização.

"Devemos seguir escrupulosamente todas as regras (sanitárias) que estabelecemos para as zonas vermelhas" e outras regiões contaminadas, insistiu Rohani. "Se as regras forem questionadas ou não forem seguidas, teremos um problema", alertou.