A líder da extrema direita francesa, Marine Le Pen, tentará mobilizar seus militantes após a derrota de seu partido nas eleições regionais, em um Congresso em Perpignan (sudoeste) neste fim de semana.
Seu partido, Reunião Nacional (RN), não obteve nenhuma região nas eleições do último fim de semana. Uma vitória teria dado à sigla um impulso para as eleições presidenciais de 2022.
"Se tivéssemos ganhado uma região, teria sido mais fácil", reconheceu o assessor de Le Pen, Philippe Olivier.
O congresso deste fim de semana deverá dar alguns esclarecimentos solicitados pelos militantes.
Muitos questionam a inclusão de candidatos procedentes da direita tradicional como cabeça da lista em algumas regiões; outros, sobre o funcionamento interno do partido; e mesmo sobre o "desgaste" de Le Pen, que participará de sua terceira eleição presidencial em abril do ano que vem.
Também será colocada a questão do posicionamento político do partido, após a derrota nas eleições regionais.
Desde que Le Pen assumiu as rédeas do partido das mãos de seu pai, Jean-Marie, em 2011, ela adota uma estratégia de "normalização", com uma mensagem menos estridente, para que a legenda seja percebida como um partido "como os outros".
Algumas figuras do movimento rejeitam essa estratégia, entre elas o próprio Jean-Marie Le Pen, que defende que o RN deve recuperar sua "virilidade" e "dar vida" a seus temas centrais, como a imigração e a insegurança.
Não são esperadas grandes mudanças na direção do RN no congresso deste fim de semana. Nele, Marine Le Pen, única candidata à sua sucessão, tem garantida a reeleição como presidente do partido.
De acordo com as pesquisas, apesar da derrota nas eleições regionais, Le Pen deve se classificar para o segundo turno da eleição presidencial. Assim como em 2017, no entanto, seria derrotada nas urnas pelo presidente em final de mandato, Emmanuel Macron.